Tecnologia, prevenção e humanização em segurança

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Por Gauthama Nassif*

Que estamos vivendo um momento de profundas transformações na sociedade e na vida de cada pessoa em razão das inovações trazidas pelas novas tecnologias não é novidade para ninguém. Além das facilidades propiciadas no âmbito dessa revolução, enfrentamos, também, uma série de novos desafios, riscos e ameaças. Assim, o trabalho na área de segurança está tendo que se adequar e, de uma maneira muito sensível, mudar para se enquadrar diante das idiossincrasias deste momento.

As tecnologias têm contribuído significativamente para o aprimoramento dos sistemas de segurança aplicados, seja no campo das instituições públicas, ou no terreno das organizações privadas. Hoje, recursos eletrônicos e digitais permitem o reforço das ações de segurança, com base não só no uso de imagens, de controles de acesso, de recursos de monitoramento de campo – como no exemplo do emprego de drones –, mas também na análise de dados, informações e imagens pelo uso recursos automatizados por inteligência artificial, robotics e outras soluções de ponta.

O problema é que, juntamente às facilidades possibilitadas, vieram também desafios significativos de controle de ameaças e riscos, como os representados por ataques de hackers, utilização inadequada das tecnologias em golpes e crimes, problemas causados por erros de programação ou de utilização dos recursos tecnológicas, entre muitos outros.

Dessa forma, alguns elementos – como a prevenção ostensiva, o treinamento e a humanização no atendimento e prestação de serviços – acabam sendo essenciais para que as vantagens oferecidas pelo uso das tecnologias em segurança sejam maximizadas, enquanto que os riscos e ameaças, reduzidos.

Prevenir em segurança sempre foi uma prioridade. Porém, diante das dificuldades naturais na prestação de serviços em ambientes cada vez mais complexos e cheios de especificidades, dos grandes desafios de organização e gestão dos recursos tecnológicos e estruturais, da forma maliciosa como alguns criminosos utilizam-se de brechas nos sistemas para aplicar golpes e de eventuais fragilidades ocasionadas por problemas na operação e manejo dos sistemas de segurança, torna-se natural que a prevenção demande muito mais atenção e preparo dos agentes e prestadores que atuam no setor.

Nesse sentido, a preparação das pessoas, dos profissionais e das estruturas de apoio aos sistemas de segurança passam a ser elementos essenciais para que riscos e ameaças sejam dirimidos ao máximo. Torna-se necessário colocar em prática iniciativas de planejamento das estruturas de cada atendimento específico, aplicar as melhores soluções e equipamentos e, especialmente, contratar equipes eficientes e preparadas, treinando-as constantemente para que garantir o melhor atendimento às demandas de cada sistema de segurança.

É claro que toda essa preparação para a aplicação adequada das estruturas de segurança vai contribuir significativamente para o sucesso da operação no dia a dia. Mas é importante compreender, também, que a atividade de segurança lida diretamente com pessoas, especialmente em ambientes intensamente frequentados por clientes, como é o caso de shopping centers, lojas, empresas de serviços, hospitais e outros estabelecimentos.

Prestar um serviço mais humanizado, mais conectado com as necessidades e expectativas das pessoas passa a ser um diferencial de sucesso para as equipes de segurança. Um atendimento focado nas pessoas, com mais gentileza, empatia, simplicidade e coesão entre equipes será muito mais eficiente e bem recebido, evitando conflitos e ameaças de segurança, por conseguinte. Promover processos seletivos focados e estruturados, alinhar princípios, objetivos e mensagens, treinar e atualizar sistematicamente todo o pessoal serão, portanto, atividades essenciais para a formação de equipes mais humanas, atentas e eficientes.

Ao final, o melhor cenário para oferecer serviços de excelência em segurança será sempre combinar as melhores soluções tecnológicas e equipamentos, estruturar e saber utilizar de modo adequado os sistemas de apoio, focar em preparação e prevenção ante as adversidades e contar com equipes adequadas, bem selecionadas, preparadas, motivadas e atentas à necessidade de se prestar um serviço mais cordial e humano.

*Gauthama Nassif – diretor de Mercado, Inteligência e Inovação do Grupo Verzani & Sandrini

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