Quando o assunto é segurança digital, o Brasil é conhecido por duas vias: ser dos países mais visados em ataques cibernéticos e, na outra ponta, com destaque por sua evolução, especialmente em relação a finanças e meios de pagamentos, como a popularização do PIX.
De acordo com pesquisa divulgada pelo E-Commerce Brasil, o mercado de fintechs no país se consolidou como o maior da América Latina, com mais de 1,5 mil startups ativas em julho de 2024, ou 58,7% do total na região. Já os investimentos no setor cresceram 29% até outubro de 2025, impulsionado por inovações tecnológicas e mudanças no comportamento dos consumidores.
André Cazotto, diretor de relações com investidores da PicPay, ao E-Commerce Brasil, elenca três pontos para essa ascensão digital: a familiaridade com tecnologia, especialmente a população jovem, o acesso amplo a smartphones, que já atinge quase 90% da população, e os sistemas regulatórios, o que inclui a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Na opinião de Jean Borges, diretor administrativo e financeiro da Huge Networks, especializada em Cloud Computing seguro e escalável, em artigo ao JOTA, um dos grandes entraves para o crescimento da chamada soberania digital está em o país deixar de ser dependente de tecnologias globais e passar a investir com consistência em políticas públicas, educação e infraestrutura própria.
O especialista acrescenta ainda que a construção de mecanismos para garantir operações independentes é complexa e demanda um engajamento de toda a sociedade, além de governos e, inclusive, de empresas privadas.
Em busca da maturidade digital
Para vislumbrar o crescimento mais exponencial de tecnologias brasileiras, eis que se perpassa na conscientização e letramento digital, e, como dito, o Brasil ainda amarga prejuízos em segurança: somente 8% das corporações alcançaram maturidade na proteção no quesito ambiente nuvem (cloud), alerta pesquisa global da Cisco, empresa de segurança digital.
Para Alexandre Theodoro, diretor de Negócios e Soluções da Faiston, gestora de TI, a raiz do problema é mais cultural e menos tecnológica. “Segurança da informação ainda disputa espaço no orçamento com marketing, inovação e operação e quase sempre perde. Maturidade, nesse contexto, é mais do que instalar ferramentas de proteção — é construir um ecossistema capaz de se defender, reagir e aprender”, endossa, em artigo ao TI Inside.
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