Um levantamento da consultoria Quaest descortina uma realidade que está sendo constantemente noticiada e, infelizmente, vivida pelos brasileiros: violência e segurança pública são as principais preocupações e, fazendo um recorte, as regiões Sudeste e Nordeste se sentem mais inseguras em relação a outras no país.
Para se ter uma ideia, a pesquisa, divulgada pelo g1, mostrou que seis em cada dez brasileiros disseram que não se sentem seguros e nas grandes metrópoles a sensação é ainda maior, mesmo quando não há uma constatação de ameaça visível.
Um dos pontos mais mencionados no levantamento foi em relação ao uso de celular: ao serem questionados se conhecem alguém que teve um aparelho roubado na região onde mora, mais da metade da população de cidades pequenas e médias respondeu sim. Já nos grandes centros, o resultado é alarmante: 73% afirmaram que conhecem.
Celeridade e aplicação de políticas públicas
Para o jurista Gustavo Sampaio, em entrevista ao Jornal Nacional, a polarização e demora em falar de projetos de lei, como a que tramita na Câmara dos Deputados sobre o combate às facções criminosas, não podem ser impeditivos para discutir a urgência à população dessa pauta.
Sampaio alerta que ao haver essa morosidade no processo legislativo, consequentemente, demora-se para a implantação de políticas públicas que resolvam questões da segurança pública. “Quanto mais tempo tardar, mais vidas poderão ser perdidas e maior o sentimento da insegurança em toda a sociedade brasileira”, frisa.
Formação do profissional em Segurança Pública
Sergipe sediou o I Fórum de Discussão da Formação em Segurança Pública, promovido pelo Observatório de Segurança Pública e Observatórios Sociais da Universidade Federal do estado (UFS), realizado na Academia de Polícia Civil (Acadepol).
O foco foi a construção de um diálogo e troca de experiências entre forças de segurança pública, a universidade e a sociedade civil, para a promoção de políticas, inclusive no contexto da saúde dos servidores, com especialistas locais e de outros estados.
E para a segurança pública ser efetivamente exitosa em suas ações, se faz necessária uma formação tática e, principalmente humanizada, permitindo uma reflexão aprofundada sobre a grade curricular em vigor e os conteúdos formativos das diferentes corporações (Polícias Militar, Penal, Científica e Corpo de Bombeiros Militar).
É o que aponta Zenith Delabrida, coordenadora do Observatório Temático de Segurança Pública e Formação Policial da UFS, uma das palestrantes do fórum. Para ela, um profissional capacitado tecnicamente e consciente de suas atribuições está mais preparado para preservar a própria saúde. “Pois ele consegue exercerá suas funções com mais segurança. Por isso, trabalhamos a formação e a promoção de saúde de forma integrada”, ressalta.
“Uma formação atenta às demandas do profissional e da sociedade. Só assim teremos uma compreensão mais adequada e uma formação verdadeiramente voltada para o ser humano que está por trás da farda — um profissional que precisa de melhores condições e níveis de saúde, física e mental, para desempenhar seu trabalho”, complementa mais uma das palestrantes, Iolanda Aragão, coordenadora do Centro Integrado de Referência em Atenção à Saúde do Trabalhador (Cirast/SSP).


