Avanços tecnológicos na medicina são importantes, mas precisam de proteção, alertam especialistas

Com os avanços tecnológicos potencializados em especial durante a pandemia da Covid-19, houve crescimento na digitalização de dados e prontuários médicos, bem como a telemedicina e recursos online, como a gravação das consultas e emissão de resultados, fora os dispositivos médicos conectados, chamados de Internet das Coisas na Medicina (IoMT, do inglês Internet of Medical Things, em tradução livre), que enviam informações, por exemplo, para administrar medicações no leito do paciente, facilitando a rotina de enfermagem. Segundo informações da revista Saúde Business, a IoT no mercado de saúde na América Latina foi avaliada em US$ 6,51 bilhões em 2021 e tem expectativa de crescer de 2023 a 2028 na casa de 24%/ano.

Contudo, ninguém quer ter informações importantes expostas, o que dirá os resultados de exames. Um dado, da pesquisa TIC Saúde de 2022, assusta: um em cada quatro estabelecimentos públicos de saúde possui política de segurança da informação (39%), enquanto o aumento em segurança digital foi mais expressivo estabelecimentos privados, ou seja,50% têm medidas.

 

Precauções

 

Criptografia, capacitação de profissionais e investimento em departamentos de TI dentro das instituições de saúde são a ponta do iceberg do oceano de procedimentos que precisam ser assumidos. As ameaças por vírus e roubo de dados por hackers são uma demanda constante, comenta Dean Coclin, diretor sênior de desenvolvimento de negócios da DigiCert, para a Saúde Business. “Existem muitas maneiraspelas quais agentes de ameaças podem se infiltrar na IoMT. O ransomware pode bloquear redes hospitalares, impedindo que os dados do paciente cheguem às bombas de infusão. Um dispositivo médico conectado que sofre um ataque pode causar estragos em outros dispositivos que dependem deles”, explica.

No caso da telemedicina, pode haver outros problemas, como o uso de deepfake: “A dificuldade de ter a certeza de que o profissional de saúde está atendendo realmente a quem paga pelo serviço é uma outra questão levantada com muita frequência pelos especialistas do tema. Afinal, é relativamente possível trocar de lugar com outra pessoa em frente a uma tela logo após ter passado por todos os mecanismos de verificação de identidade das empresas que realizam este tipo de atendimento.Existem ainda as formas mais futuristas de fraudar sistemas de autenticação deepfake, fazendo com que os traços analisados pelos sistemas de segurança permitam a quem não deve o acesso a ambientes protegidos”, arremata Marco Antunes, vice-presidente de Inteligência para Saúde na Neurotech, para a revista Saúde/SA.

Não há dúvidas que os avanços tecnológicos no setor são preponderantes e essenciais, mas o investimento em pessoal, soluções e proteções cibernéticas precisam estar alinhadas para que dados sensíveis não caiam em mãos erradas, concluem os especialistas.

Foto: Reprodução

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