Carreira de vigilante é crescente e necessita de capacitação para atender demanda da segurança pública

O Brasil conta atualmente com 800 mil vigilantes. O número é expressivo por um motivo também significativo: o aumento em 30% de crimes contra o patrimônio, como furtos, segundo a Secretaria da Segurança Pública.

De acordo com a Polícia Federal, somente em 2022 a quantidade de vigilantes no país teve alta de 3%, ou seja, mais de 26 mil novos profissionais na área. São Paulo conta com 200 mil vigilantes, mas o efetivo policial do estado não passa 81 mil. A estimativa é de, no mínimo, ser 25% maior.

Celio Egídio, coronel da reserva da PM, diz que a baixa de efetivo é uma questão intricada: “Há uma defasagem em mais de 25 estados, então temos uma questão muito complexa desde 2013. São anos em que os efetivos das polícias estão diminuindo, principalmente em São Paulo. São vários os fatores, um deles, logicamente são os baixos salários”, argumenta.

 

Segurança pública

 

“A segurança privada atua de forma complementar asegurança pública, oferecendo serviços adaptados às necessidades de cada contratante. Com profissionais capacitados e equipamentos específicos, essa modalidade vem ganhando espaço e se consolidando como um importante aliado na prevenção e combate à criminalidade”, acrescenta José Sérgio Marcondes, especialista em Segurança Empresarial, consultor de Segurança e diretor do IBRASEP, o Instituto Brasileiro de Segurança Privada, em seu blog.

Um estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) apontou que 80% das empresas brasileiras utilizam a terceirização, destinando a esse fim 18,6% de seus orçamentos, em média. O setor de serviços é o mais terceirizado, representando 70% deste mercado e o de vigilância está nesse rol.

Regulamentada pela Lei 7102/1983, engloba todas as atividades de segurança privada em território nacional, bem como a inclusão de itens para a abertura e funcionamento das empresas privadas prestadoras de serviços em segurança, proteção e escolta, autorizadas e fiscalizadas pela Polícia Federal na Portaria 3.233/2012.

Profissionalizar os serviços reflete em uma operação com processos bem definidos, organizados e monitorados com eficiência e os profissionais que atuam nessa área devem ser treinados e capacitados para seguir padrões de excelência e suprir as demandas e desafios.

Um exemplo está no Rio Grande do Sul.Uma parceria entre a Escola de Formação de Vigilantes Interiorana e Diego Milani, instrutor de armamento e tiro, realizou o primeiro curso do Projeto Abordagem Segura, para profissionais da segurança privada, em abril.

A iniciativa objetivou preparar profissionais para o uso correto de itens como algemas, em situações que exijam o controle físico de pessoas, além técnicas de abordagens de risco como voz de comando, revista pessoal e condução. Segundo informações da escola, o curso teve seis horas/aula, e os alunos puderam vivenciar demonstrações de monitoramento motorizado e de pontos fixos.

 

Equipamentos de proteção

 

Vale ressaltar que, como toda a profissão, se faz necessária a utilização de equipamentos de proteção e atentar-se aos cuidados durante a jornada laboral, informa Marcondes, diretor do IBRASEP: “Ao compreender os riscos e medidas de prevenção de acidentes e doenças ocupacionais, os funcionários são capazes de adotar comportamentos mais seguros e responsáveis, além de estarem mais preparados para lidar com situações de perigo”, destaca.

Treinamento, capacitação e, principalmente uma pesquisa criteriosa seja na contratação dos profissionais, seja na verificação das instalações onde esse funcionário atuará e, na outra ponta, os que desejam se aprimorar na profissão precisam buscar qualificação em escolas certificadas, são alguns pontos importantes quando se pensa em um serviço para salvaguardar não apenas o patrimônio, mas também o bem maior que é a vida das pessoas.

Foto: Divulgação

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