Para suprir demanda do mercado, empresas investem em profissionais de tecnologia com menos experiência

A falta de profissionais de tecnologia para suprir a demanda do mercado tem levado as empresas a abrirem mais oportunidades para perfis com menos experiência. É o que mostra uma pesquisa realizada pela GeekHunter, marketplace especializado no recrutamento de profissionais de TI, segundo a qual houve um aumento de 344% nas oportunidades para profissionais pleno, com dois a seis anos de carreira, no primeiro semestre de 2021. Para os cargos júnior, com até dois anos de experiência, o crescimento foi de 173%.

No mesmo período, as vagas para desenvolvedores mais experientes, com mais de seis anos de carreira, que eram o maior foco na plataforma em 2020, tiveram um aumento menor, de 131%.

O levantamento, feito com mais de 400 empresas ativas na plataforma, indica que a abertura de vagas em tecnologia teve alta de 185%, em comparação ao mesmo período do ano passado. O maior aumento foi na área de Data Science (500%).

“O desafio pela contratação do profissional pleno e sênior é extremamente elevado e os RHs, muitas vezes, não conseguem encontrar o profissional no nível de qualificação que precisam no tempo que esperam”, afirma Tomás Ferrari, CEO e fundador da GeekHunter.

“Mas cada vez mais as empresas estão mudando a forma de agir quanto à contratação, percebendo qual profissional está aberto para as oportunidades e direcionando os esforços para ajudá-lo no desenvolvimento.”

Uma reportagem do Canal Tech lista algumas das companhias que vêm adotando a estratégia de capacitar os profissionais de TI menos experientes.  A WK Sistemas, especializada no desenvolvimento de softwares de gestão empresarial (ERP), por exemplo, lançou o programa de imersão para desenvolvedores “#Chega++”.

A iniciativa, voltada a capacitar pessoas que já tinham alguma experiência com desenvolvimento de sistemas nas linguagens e tecnologias usadas na empresa, durou três meses – os selecionados foram contratados com carteira assinada e remunerados desde o primeiro dia do curso.

Já a multinacional de hospedagem de sites e serviços online HostGator criou, no ano passado, o Starter, programa para colaboradores de qualquer área que querem se tornar desenvolvedores. Ao longo de seis meses, os participantes dividem o tempo entre as atividades do setor de origem e a capacitação. Se aprovados, podem migrar para a nova área.

Além disso, a reportagem menciona a edtech Tera, que atende a empresas de diversos portes que apostam na formação interna. A startup oferece programas com aulas 100% online, ao vivo e em formato bootcamp. Ela atua com cursos de Product Management, User Experience Design, Digital Marketing, Data Analytics e Data Science, qualificando colaboradores de mais de 200 empresas, entre elas Itaú e iFood. Além disso, já formou mais de 6 mil estudantes em busca de oportunidades na área de Tecnologia.

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