Polo de defesa pode impulsionar indústria 4.0 em Goiás

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Localização geográfica estratégica e a presença de centros importantes para as Forças Armadas fazem Goiás ter potencial para produzir e comercializar produtos e serviços voltados para defesa e segurança. Para aproveitar o mercado, que movimenta cerca de R$ 3,7 bilhões por ano no País, empresários e governo estadual aumentaram, nos últimos meses, as ações para criar um polo industrial com esse foco e que pode impulsionar a indústria 4.0 com o desenvolvimento de novas tecnologias no Estado.

Presidente do Comitê de Indústrias de Defesa e Segurança de Goiás (Comdefesa-GO), Anastacios Apostolos Dagios diz que há projeto do Ministério da Defesa de poder contar com polo industrial no Centro-Oeste e, ao saber dessa intenção, as articulações foram reforçadas para que o Estado aproveite a oportunidade de atrair empresas. O Comdefesa-GO foi criado em janeiro, reúne mais de 20 sindicatos da indústria goiana de diversas áreas e é ponte entre governo, empresas e universidade.

“A decisão de se instalar no Centro-Oeste é decisão de Estado e os investimentos não têm volta, já ocorreram aqui, como os caças suecos (Gripen) em Anápolis, sistema de Mísseis Astros em Formosa e agora precisamos capacitar a região para atender a demanda”, explica ele que também é presidente da Associação Comercial e Industrial de Anápolis (ACIA). Aliás, Anápolis é tida como a principal candidata a receber o polo.

A cidade sai na frente por ter duas ferrovias, distrito industrial, aeroporto de cargas, Base Aérea e estrutura que pode facilitar logística e as novas instalações. “O mais importante é que vai agregar valor à nossa produção e tem potencial comprador. O orçamento anual de compras do ministério é de cerca de R$ 7 bilhões e até compram de outros países”, pontua, ao ressaltar que o polo pode abranger outras localidades, mais de um município e o mais importante, no fim, será ter preço e qualidade.

“A exigência é especialmente com inovação e nossos empresários vão ter de se adequar e isso não se restringe aos armamentos e munição, vai do alfinete ao foguete”, reforça, ao lembrar que há necessidade desde alimentos no padrão que as tropas consomem, roupas, calçados e mais uma diversidade de produtos e serviços. O Ministério informou por nota que o “polo depende de conversas com o governo do Estado” e pela lei eleitoral a instituição não pode opinar sobre o assunto.

Na última segunda-feira (9), comitiva com representantes do Comdefesa-GO, Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), governo estadual e de Anápolis foi recebida pelo comandante do Exército Brasileiro, general Villas Boas, e fez convite para o 1º Seminário da Indústria de Defesa e Segurança, que está previsto para ser realizado em agosto em Anápolis e será ponto de encontro entre os diversos setores que podem ser envolvidos no polo e divulgação da região goiana e seu potencial.

Hoje, haverá reunião de representantes de Goiás com ministro e na Marinha – onde há projetos em discussão –, como informou o superintendente executivo de Indústria e Comércio da Secretaria de Desenvolvimento, Luiz Medeiros. Já há carta de intenções com Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) para trazer pós-graduações para o Estado e empresas interessadas no polo.

“Vamos começar a promover a indústria 4.0 no sentido da defesa para o polo e o governo estuda proposta para agilizar algumas áreas para desenvolver a estrutura para a instalação do polo. São vários assuntos avançados.” Entre eles, estaria parceria com o setor privado em que o Estado disponibilizaria áreas, apoio logístico e crédito. Já houve redução de ICMS para produtos da área da defesa que passou para 4% enquanto alíquota em outros Estados chega a 18%.

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