Transformação digital ainda tem entraves no Brasil

Com a Lei da Inovação Tecnológica e os programas de incentivo, diversos avanços foram possíveis, com estímulo ao crescimento dos investimentos e também da cultura de inovação na academia, empresas e comunidades empreendedoras. Todavia, ainda existem grandes desafios para que ela ocorra de forma sistemática dentro e fora das empresas.

Para se ter uma ideia, o Brasil ocupa, hoje, a 57ª colocação no Índice Global de Inovação (IGI) entre 132 países, subindo cinco posições em relação a 2020. Porém, o atual índice do país ainda está abaixo do melhor desempenho alcançado em 2011, quando ficou na 47ª posição.

De acordo com Renata Horta, sócia-fundadora e diretora de Inovação e Conhecimento da Troposlab, existem algumas barreiras nesse ecossistema. “Os conceitos de Indústria 4.0 e Transformação Digital estão impulsionando mudanças, mas essa transformação é um processo que já vem sendo discutido há mais de 10 anos na indústria internacional. Por isso, nosso atraso em iniciar a mudança, e dados que nos mostram que passamos alguns anos andando para trás, devem nos deixar atentos ao nível de desafio que estamos realmente enfrentando. Esse nível de desafio requer planejamento, articulação dos sistemas industriais e apoio estratégico do governo para que nossas empresas se mostrem competitivas nessa nova era”, afirma.

Um elemento que pode ter impacto amplamente positivo no ambiente de inovação é o Marco Legal das Startups, projeto de lei que está tramitando e que tem o objetivo de desburocratizar a criação desses negócios, facilitar investimentos, dar acesso a processos licitatórios e criar um ambiente jurídico e trabalhista favorável às startups..

A diversidade e inclusão nas empresas também contribuem com a inovação. Estudo da consultoria McKinsey aponta que empresas com diversidade de gênero e étnica tendem a ter uma performance financeira 25% acima da média. Mas a maioria das grandes empresas e comunidades de startups brasileiras ainda não fomentam e introduzem o conceito internamente.

“Podemos e devemos celebrar todos esses avanços, entretanto, eles estão acontecendo em um país desorganizado, desigual, cheio de burocracias, conflitos e, muitas vezes, com falta de visão de futuro. Por isso, a comunidade de inovação precisa se unir e lutar contra muitos desafios que impedem que mais valor seja gerado para a indústria e sociedade”, conclui Horta.

 

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