25ª Exposec aponta crescimento da feira e anuncia a participação de novos segmentos do setor

A cerimônia de abertura da 25ª Exposec – Feira Internacional de Segurança foi realizada ao final do primeiro dia de evento, no São Paulo Expo, e contou com a participação de representantes das esferas privada e pública em nível municipal, estadual e federal.

Para falar da importância de mais uma edição da feira e sua fundamental relevância para os avanços da segurança pública e privada, entre as autoridades estavam presentes Maurício Macedo, CEO da Fiera Milano Brasil, organizadora do evento, Selma Migliori, presidente da ABESE – Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança, realizadora da Exposec; Cristiano Campidelli, coordenador geral de Serviços e Produtos da Polícia Federal, Alcides Fagotti Júnior, Secretário Municipal de Segurança Urbana em Exercício representando o Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, Márcio José Pontes, secretário de Segurança da cidade de Guarulhos, neste ato representando o prefeito José María Gutiérrez Hernández, conhecido como Gutti e Davison Gonzaga da Silva, gerente de Certificação da Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, representando o presidente Carlos Manuel Baigorri.

Maurício Macedo, CEO da Fiera Milano Brasil, abriu a solenidade trazendo em números o crescimento da feira, reforçando que a edição de 2024 já superou todas as anteriores.

“Em 2022 tivemos a maior edição de todas, que foi superada pela edição de 2023. Agora, em 2024, novamente, estamos abrindo a feira como a maior de todas. Aumentamos em 10% a área de exposição e em 30% o número de pré-inscritos até o momento de abertura do evento. Foram 35 mil visitantes pré-credenciados, sendo 85% desse público tomador de decisão”, afirma Macedo.

E esse aumento se estende para a área de cobertura do setor. Selma Migliori, presidente da ABESE, afirmou que para a edição de 2025, a organização está trabalhando para inserir e aumentar setores como de automóveis, de inteligência especial, de cibersegurança e de pequenos provedores de acesso à internet.

“Essas tecnologias já estão presentes nessa edição, mas entendemos que é hora de estruturar um espaço ainda maior e mais específico para esses recursos, que direta ou indiretamente estão relacionados com o crescimento e a aplicação da segurança eletrônica pelo Brasil, seja no campo ou nas áreas urbanas. Com isso, reafirmamos o compromisso do Exposec como um ponto de encontro para discutir essas e outras questões, compartilhar conhecimentos e explorar soluções que possam moldar o futuro mais seguro”, afirma Migliori.

Regulamentação e parcerias

Em um discurso marcado pelo bom humor, Davison Gonzaga da Silva, gerente de Certificação da Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL, relembrou o papel importante da agência, que vai além de problemas com operadoras de telefonia.

“O papel da Anatel é também regulamentar as tecnologias. Todos nós que usamos o sistema de segurança sem fio compartilhamos o meio. Então, existe a necessidade de você ter uma regulação para ter um controle disso. Essas tecnologias também derivam de outras soluções como tecnologias de redes, sistemas de segurança, sistemas privados de redes wi-fi, NBRT, entre outras soluções que são muito utilizadas para sistemas de segurança”, afirma o gerente da agência.

Já Alcides Fagotti Júnior, secretário municipal de Segurança Urbana da Prefeitura de São Paulo, destacou a importância das parcerias para integrar as tecnologias e promover cidades mais seguras. Fagotti afirmou que quem legisla sobre a segurança é o federal e quem tem a competência constitucional é o Estado, mas que as pessoas cobram cada vez mais as prefeituras para fazerem a segurança urbana, que envolve não só a segurança preventiva, mas também a iluminação, semáforo entre outras tecnologias.

“Desde o final de 2023, temos o SmartSampa, um programa de câmeras que usa a plataforma integradora.Temos a meta de implantar 20.000 câmeras próprias da prefeitura de São Paulo até o final do ano. Para colaborar com a segurança, vamos incluir a Inteligência Artificial na câmara do cidadão, que, às vezes, é uma câmara que não tem esse recurso, mas a gente consegue fazer isso através da plataforma. A gente acredita muito nessa junção do privado com o público em prol a segurança da cidade”, disse o secretário municipal.

Conectividade impulsiona empresas de tecnologia e segurança

Em um mercado cada vez mais interconectado, as demandas por soluções robustas de conectividade e segurança nunca foram tão exigidas. Empresas líderes do setor que participam da Exposec 2024 estão na dianteira dessa revolução, com soluções que prometem não apenas conectar, mas também proteger o usuário final e colaborar com o trabalho dos técnicos e operadores dessas tecnologias.

Para Gustavo Nazario, engenheiro técnico da Came, a chave para uma conectividade eficiente reside na integração perfeita entre dispositivos e sistemas. “Nossas soluções são projetadas para facilitar o uso dos nossos equipamentos e otimizar o serviço dos técnicos. Por exemplo, os usuários podem configurar nossas cancelas pelo celular e, em caso de problema ou necessidade de fazer alguma atualização, o profissional responsável também pode realizar o processo de forma remota, economizando tempo e custos de deslocamento”, afirma Nazário.

Já segundo Christian Botelho, líder de desenvolvimento de produtos da Intelbras, a segurança é uma preocupação central em qualquer ambiente conectado. “Para grandes corporações, é sempre importante oferecer uma variedade de dispositivos, criando uma integração entre eles”, destaca Botelho. “Oferecemos câmeras, alarmes, central de incêndio, antenas antifurto, bodycams, dispositivos faciais, entre outros equipamentos que estão conectados em nosso software chamado Defense IA”.

Com o software da empresa, é possível realizar um videomonitoramento mais eficiente por meio de câmeras inteligentes, que capturam imagens coloridas por meio de sensores de alta sensibilidade, mesmo em ambientes escuros. “A integração é essencial para a otimização dos treinamentos. Por ser um único local de acesso às informações, podemos realizar o treinamento em um único curso”, diz Botelho.

A conectividade contribui de forma decisiva para a evolução das soluções tecnológicas, beneficiando tanto os profissionais quanto os usuários finais. Com a integração eficiente entre dispositivos e sistemas, o trabalho é aprimorado, e os usuários finais desfrutam de maior segurança e praticidade. Essa sinergia impulsiona o mercado como um todo, fomentando a inovação e aprimorando continuamente os serviços e produtos oferecidos.

Scati apresenta câmeras térmicas de alta precisão na Exposec

O conceito “Safe City” (cidade segura) foi o grande destaque da Arena ABESE durante a Feira Internacional de Segurança, que segue até o dia 6, no São Paulo Expo. Dentre as empresas que marcaram presença na feira, a Scati, fabricante de sistemas de vídeo inteligente, se diferenciou por suas soluções envolvendo câmeras/radares térmicos, capazes de detectar movimentos a grandes distâncias.

Chamado de ThermalScan, o equipamento possui uma tecnologia espanhola, que oferece cobertura 360°, pode detectar e rastrear múltiplos alvos, como pessoas e veículos, em condições climáticas adversas, fornecendo imagens de alta resolução mesmo na escuridão total. “Em caso de pessoas, a detecção de movimento pode ser feita em até 700 metros. Já em veículos, em até 2 quilômetros”, explicou Anderson Sena, responsável pelo suporte técnico da empresa.

O equipamento é ideal para a proteção total de áreas perimetrais muito grandes e irregulares, como portos e aeroportos, áreas selvagens terrestres e marítimas. “Na Espanha, por exemplo, uma empresa especializada em células solares utiliza o ThermalScan por conta da ondulação do terreno. Nosso produto simplifica a instalação e a manutenção do sistema em comparação com as câmeras convencionais”, afirmou Sena.

Embora a tecnologia seja de origem espanhola, a Scati está presente no Brasil e tem observado uma boa adesão no mercado local. “Temos muitos clientes aqui no país, onde oferecemos diversas soluções, mas os pedidos por equipamentos térmicos vêm crescendo cada vez mais”, disse o especialista.

Anderson também comentou sobre a participação dos visitantes na feira. “Todos que conheceram o ThermalScan gostaram. Sempre que eles desejam algo a mais, levamos suas sugestões para a nossa equipe, que trabalha para desenvolver a melhor experiência possível. A interação com os visitantes é fundamental, pois nos permite aprimorar continuamente nossos produtos e atender às expectativas de nossos clientes.”

Empresa oferece dispositivo de rastreamento de carretas alimentado por energia solar

Ter maior controle sobre o patrimônio é um dos pontos mais importantes para os proprietários de frotas dos mais diversos tipos de veículos. Por isso, o setor de rastreamento não para de se aperfeiçoar e oferecer soluções cada vez mais alinhadas com os mais diversos tipos de necessidade.

Entre essas demandas está a dos donos de carretas, que, geralmente, se apresentam em maior número do que o de caminhões. As carretas desacopladas ficam mais vulneráveis a roubos, uma vez que os rastreadores, geralmente, estão conectados ao caminhão, seja o dispositivo ou o suprimento energético.

Para resolver esse problema, o Grupo Tracker levou para a Exposec 2024 um rastreador para carretas 100% alimentado por energia solar.

“Quando o veículo está ligado e acoplado, minuto e minuto ele atualiza. A partir do momento que ele está desacoplado, ele passa a atualizar a cada 12 horas com a energia solar, o tempo de funcionamento é ‘infinito’, desde que ele tenha alimentação, e se você colocar eventualmente essa carreta num local coberto, ele ainda tem 25 dias de vida útil”, explica Fábio Teixeira, representante comercial da empresa.

USP e ABESE desenvolvem placa base com IA para diferentes demandas de segurança

A ABESE firmou uma parceria com a USP (Universidade de São Paulo), através de um convênio com o Centro de Inovação da universidade, o Inova USP, para trazer a pesquisa de ponta ao mercado de segurança eletrônica.

Um dos projetos que a USP vem trabalhando, financiado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia em nível federal, é o Caninos Loucos: uma placa com tecnologia nacional, robusta, não sai de linha e que não tem um proprietário em específico.

Trata-se de uma placa de internet que roda aplicações variadas e pode ser embarcada de semáforos a viaturas da Polícia Militar, iniciativa que deu origem ao Projeto Sentinela, desenvolvido pela USP junto com a PM do estado de São Paulo e patrocinado pelo BNDES.

O intuito é colocar essa tecnologia dentro das viaturas. Um projeto piloto já começou, e a placa foi instalada em 20 viaturas. O dispositivo completo conta com uma câmera convencional com a placa base e programada com uma Inteligência Artificial de entendimento de padrões, como de arma de fogo, colisão de veículos, verificação de placas de possíveis veículos roubados e muito mais.

“A câmera fica em cima do painel, voltada para o lado de fora. A câmera capta as imagens enquanto a inteligência artificial as analisa. As informações são enviadas para a nuvem, para o computador de grande porte. Quando ela identifica, por exemplo, a placa de um carro, ela só verifica se essa placa é roubada ou não. O dispositivo se conecta a uma internet de baixíssimo custo, um a dois dólares ao ano, e manda um boletim de ocorrência diretamente para a central em três segundos, para acionar o atendimento da Polícia Militar”, explica Robson Arantes, gestor de inovação da Abese.

Arantes ressalta que o supercomputador da USP fez uma aprendizagem da máquina, que é ensinada visualmente pela imagem a identificar objetos como uma arma, por exemplo. Uma evolução do sistema é a sua ida para a indústria de automóveis de passeio, tanto com a câmera para o lado de fora, como para o lado de dentro que pode identificar até um sequestro.

“Então, agora as empresas de sistemas eletrônicos de segurança poderão requisitar esses aprendizados e usá-los na mesma placa. Anteriormente teria que importar isso da Coreia, da China, mas, agora, nós podemos desenvolver nossos algoritmos com placas nacionais. A USP também está produzindo os chips nacionais. Com esse programa da USP, nós estamos tendo uma independência tecnológica até para não ter blackdoors, que são aquelas portas obscuras que os hackers usam para entrar. No processo de segurança eletrônica nós não podemos ter isso. Uma forma de alcançar a supremacia tecnológica do Brasil”, finaliza.

Segurança e iluminação para casas inteligentes

Entre os 24 setores do mercado de segurança que estão sendo apresentados na 25ª edição da Exposec, há soluções em dispositivos e sistemas para a segurança de residências. A Intelbras apresenta sistemas inteligentes com recursos da Inteligência Artificial, que também permitem a integração com Alexa, para facilitar o dia a dia dos moradores. Entre os destaques para casas inteligentes, estão as soluções de energia e segurança.

Como diz o ditado, segurança em primeiro lugar! Então, a empresa aprimorou tecnologias para fechaduras digitais e câmeras de segurança. “Todas essas tecnologias estão integradas e visam trazer conforto para o usuário final. Dessa forma, a pessoa pode monitorar sua rotina e observar quais medidas ou ações de segurança são necessárias adotar para continuar com a proteção pessoal e do lar elevados”, afirma Leandro Luis Felipetto, analista de produtos de Casas Inteligentes da Intelbras.

A empresa usou o evento para mostrar ao mercado seu mais recente lançamento na área de iluminação: interruptores com tomada. De acordo com Felipetto, essa é uma demanda de mercado antiga, principalmente na área da construção civil. “As instalações de interruptores com tomadas, geralmente, são utilizadas somente em lavabos e banheiros. No estande o visitante pode conhecer detalhes de novos modelos com um e dois interruptores inteligentes, capazes de medir o consumo de energia dos produtos conectados, permitindo economia de energia e melhor manutenção dos aparelhos. Tudo isso por meio do nosso aplicativo Izy Smart.”