ABINC elenca as principais tendências da IoT para os próximos anos
Com a progressão da pandemia e a chegada do 5G, o mercado de Internet das Coisas (IoT) tem crescido exponencialmente. A tecnologia, que já tinha sido apontada como a mais importante do ano de 2021 na pesquisa “The IEEE 2020 Global SurveyofCIOsandCTOs”, tem conquistado cada vez mais espaço no Brasil. Em conformidade com um relatório publicado pela GlobalData, apenas na América Latina, o setor de IoT deve movimentar mais de US$ 30 bilhões até 2023.
No Brasil, a previsão feita pelo Ministério das Comunicações é de que, no próximo ano, o volume de dispositivos móveis ligados a IoT alcance a marca de 100 milhões. Em avença com essa informação, um estudo da McKinsey Global Institute indicou que o segmento no país deve registrar um impacto econômico anual entre US$ 50 bilhões e US$ 200 bilhões em 2025.
Neste contexto, no qual a IoT torna-se cada vez mais vigente, André Martins, líder do Comitê de Redes da Associação Brasileira de Internet das Coisas (ABINC), aponta as principais tendências de IoT para os dois próximos anos. Leia a seguir:
Rastreamento veicular
Por viabilizar a geração de dados, o uso da Internet das Coisas para rastreamento veicular será ainda mais impulsionado em 2022, pois, de acordo com Martins, a tecnologia já é capaz de auxiliar na localização de veículos roubados e na gestão de frotas. “Por meio da evolução das aplicações de IoT, além de monitoramento sobre o veículo em geral, já é possível também controlar fatores como a identidade do motorista e seu estado físico e até emocional, condições de manutenção preditiva do veículo e informações em tempo real sobre sensores de abertura de porta e câmara fria de caminhões”, revela.
Meios de pagamento
Um estudo elaborado pela Visa, em parceria com o PYMNTS.COM, revelou que já em 2017, mais de 80% dos consumidores gostariam de ter uma experiência de compra e pagamento fluida e que, para isso, fariam uso de um dispositivo conectado à internet. Este anseio tornou-se realidade. De acordo com a NeoTrust, no Brasil, apenas no primeiro trimestre de 2021, o número de compras efetuadas por meio do comércio eletrônico registrou um aumento de 57,4% em comparação com o ano anterior.
“Fatores como a evolução do Open Banking, o desenvolvimento do PIX e a expansão das contas digitais viabilizaram a popularização dos canais digitais como um dos principais meios de inclusão financeira, assim, há uma inclinação cada vez maior da IoT para o progresso e o aprimoramento de meios de pagamento”, comenta o especialista da ABINC.
Smartmetering e smartlighting
As smarties cities (cidades inteligentes), que fazem uso de recursos tecnológicos para otimizar serviços, aprimorar infraestrutura e gerar sustentabilidade, têm conquistado cada vez mais espaço no Brasil.
Segundo André Martins, para viabilizar economia para essas cidades, em 2022, a Internet das Coisas será muito utilizada para a telemetria individualizada (smartmetering), que consiste na medição e transmissão de dados relevantes para o operador de sistemas de recursos de água, gás e energia elétrica, promovendo uma maior conscientização dos cidadãos que não vão mais esperar o final do mês para saber quanto consumiram e sim poderão exercer atividades de economia de recursos baseado em informações de consumo em tempo real, e na telegestão de iluminação pública (smartlighting), que além de agilizar e facilitar a manutenção da rede, possibilita maior controle sobre os gastos com energia.
IoT industrial
Outra tendência apontada por Martins é a IoT industrial com projetos consistentes de redes privadas de Low Power WideArea (LPWA) e de LongTermEvolution (LTE) privadas, isso porque, em conformidade com o especialista da ABINC, os atributos da IoT são capazes de impactar intensamente o modo de fabricação de produtos e de fornecimento de serviços. “O uso de IoT nas indústrias, além de viabilizar o fluxo descomplicado de dados entre máquinas, proporciona maior eficiência e domínio, fundamentado em informações, de operações e processos, gerando relevante economia no que tange ao tempo de máquinas paradas, o que tende a ser reduzido a volumes irrelevantes”, explica.
Para finalizar, Martins ressalta que a cada dia surgem novas soluções e empresas de IoT e que, por isso, é crucial que CEOs, os responsáveis pela TI e os tomadores de decisões das companhias, mantenham-se atualizados e não deixem 100% das soluções com os fornecedores. “O principal ponto de atenção deve ser na contratação de empresas com capacitação técnica para o fornecimento de projetos e de soluções de IoT, pois ainda há um desconhecimento por parte dos clientes sobre o que já está disponível no mercado e isso pode facilitar a penetração de empresas entrantes sem a devida capacidade de entregar a melhor solução para a demanda existente”, alerta.
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