Embarque pós-Covid: aeroportos e companhias aéreas adotam novas tecnologias na pandemia
A descoberta do novo coronavírus gerou grande impacto na indústria da aviação – e alterou a forma como nós viajamos de avião. Reportagem do portal UOL procurou as três principais companhias aéreas do país (Latam, Gol e Azul) e os dois aeroportos de maior movimento do país (Congonhas e Guarulhos, ambos em São Paulo) para listar as novas tecnologias presentes – e as que ainda faltam – nos voos brasileiros.
Conheça as principais novidades reunidas pelo portal:
O que já existe
Tapete virtual – Tecnologia de projeção dos assentos para embarque em realidade aumentada no chão, feita pela startup Pacer e adotada pela Azul. Está em funcionamento em nove aeroportos pelo Brasil: Curitiba, Santos Dumont (RJ), Campinas, Congonhas (SP), Vitória, Florianópolis, Recife, Belo Horizonte e Goiânia. Com a pandemia, a Azul adaptou o tapete para obter mais distanciamento físico. A companhia diz ter garantido exclusividade para usar a tecnologia da Pacer, patenteada no Brasil, Europa e Estados Unidos.
Check-in remoto – As companhias têm investido em soluções para evitar contatos entre pessoas na hora do check-in. A Latam, por exemplo, tirou os funcionários fisicamente de alguns balcões e colocou no lugar monitores – a novidade está disponível em Congonhas, Santos Dumont, Vitória e Florianópolis. Outras companhias, como Gol e Azul, têm incentivado o check-in remoto. Quando há uma interação com um funcionário, a alternativa foi colocar proteções de acrílico, da mesma forma que diversos estabelecimentos comerciais têm atualmente pelo Brasil.
Higienização reforçada – A higienização reforçada, com diferentes técnicas, é um ponto comum citado por todos os envolvidos em aeroportos. O aeroporto de Guarulhos, por exemplo, passou a adotar uma esterilização automática com luz ultravioleta em locais onde há maior circulação de pessoas, como corrimões de escadas. Já Congonhas aumentou a limpeza de áreas gerais desde o início da pandemia.
Entre as companhias aéreas, a Latam tem optado pela pulverização em seus voos na entrada e saída de aeronaves. A Gol também relata uma maior higienização interna, enquanto a Azul passou a adotar ainda o ultravioleta como uma camada a mais de segurança.
Sensores de aglomeração – O aeroporto de Guarulhos instalou sensores de aglomerações nos banheiros do saguão de embarque dos terminais de passageiros. Eles conseguem monitorar, com ajuda de inteligência artificial, a movimentação nesses locais e a necessidade de manutenção.
O que falta adotar
Menos lugares no avião ou mudança arquitetônica – Assim como setores do comércio e de serviços, que estão adotando medidas para evitar que as pessoas fiquem próximas umas das outras, as companhias aéreas poderiam reduzir o número de lugares vendidos no avião ou mudanças arquitetônicas para criar mais barreiras físicas entre as pessoas.
A Ingresso.com, por exemplo, desenvolveu para os cinemas uma tecnologia chamada “Mapa de Assentos com Distanciamento Social Dinâmico. Quando um usuário compra seu ingresso, o sistema bloqueia os assentos próximos para as vendas seguintes, realizando o distanciamento físico recomendado por especialistas. Por enquanto, nenhuma das três aéreas disse ter tomado medidas neste sentido.
Tapete esterilizador – Também como ocorreu em estabelecimentos comerciais, aeroportos e companhias aéreas poderiam adotar o uso de um tapete que promete esterilizar os sapatos. Eles possuem uma borda mais rígida, onde seguram um líquido antimicrobiano, e a trama central de fios é mais porosa para que haja contato com as solas dos sapatos. Nesse caso, a pessoa pisa para molhar a sola do sapato e, aí, esterilizar possíveis organismos que estejam no calçado.
Embarque sem contatos – Utilizando a biometria, como o reconhecimento facial, seria possível embarcar sem entrar contato com pessoas ou itens. No Brasil, isso ainda não é uma realidade, mas a companhia aérea Emirates e autoridades de imigração em Dubai, por exemplo, passaram a testar recentemente uma jornada biométrica do passageiro em que eles não precisariam dar o passaporte ou cartão de embarque do check-in até a aeronave.
No Brasil, o Serpro anunciou uma fase piloto de uma tecnologia bem semelhante à de Dubai, que por aqui chamará “Embarque Seguro” e deve começar a funcionar em setembro no aeroporto de Florianópolis. Com essa tecnologia, a validação do embarque seria feita por duas selfies e o viajante não precisaria mostrar documentos ou cartões de embarque.
As companhias, por enquanto, adotam estratégias diferentes. A Latam faz um embarque com leitura do cartão à distância. Já a Azul criou um cartão de embarque único para todos os trechos da viagem.
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