Uma pesquisa da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) revelou que o setor aéreo brasileiro movimentou mais de 9 milhões de passageiros em voos domésticos ao longo de outubro de 2025. O número é o maior já registrado no período desde janeiro de 2000, quando teve início a série histórica.
Se os motivos para comemorar são grandes, por outro lado, o turismo está atento para segurança, seja física, seja digital. Durante o Fórum dos Hotéis Cinco Estrelas, realizada no Hotel Miramar by Windsor, em Copacabana, no Rio de Janeiro, o tema foi discutido de um projeto de tecnologia para identificar e prevenir tais ocorrências.
Outra proposta foi apresentada na Assembleia Legislativa do estado (Alerj) pelo deputado estadual Gustavo Tutuca (PP), secretário estadual de Turismo, um projeto de lei que integra os sistemas de gestão hoteleira aos bancos de dados da Polícia Civil e da Polícia Militar, permitindo o envio automático de informações em tempo real. Segundo matéria do site O Dia, a medida pretende reforçar a segurança em áreas turísticas do Rio.
Também o Rio lançou a cartilha Curta o Rio com Segurança, uma parceria entre a Secretaria de Estado de Turismo (Setur-RJ), Polícia Civil, Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (DEAT), e TurisRio, com orientações a turistas nacionais e internacionais sobre medidas preventivas e boas práticas em segurança na capital fluminense.
“Construímos uma cartilha que chega ao turismo. A palavra é prevenção. A ideia é comunicar de forma simples e direta, para que o visitante saiba como agir e evitar situações de risco”, disse, ao Diário do Turismo, Patrícia Alemany, delegada titular da DEAT.
Responsabilidade em prol da segurança
Segundo a legislação brasileira, a responsabilidade em relação a pertences e hospedes dentro dos hotéis é desses estabelecimentos, o que se torna essencial a adoção de capacitação de pessoal, contratação de segurança privada e controle de acesso, utilização de câmeras de monitoramento e sistema robusto de iluminação, além de uma comunicação clara ao público que desfrutará dos dias de descanso ou está em determinado local a trabalho.
E, mesmo quando a ocorrência é além muros, os hotéis também devem estar preparados para acolher a auxiliar as vítimas. Para José Sérgio Marcondes, gestor de segurança privada e especialista em segurança empresarial, a segurança hoteleira está relacionada na gestão de riscos, identificando ameaças potenciais e a implementando medidas preventivas para minimizá-los.
“Isso inclui a avaliação contínua de ameaças, a implementação de políticas de segurança, e a realização de treinamentos para funcionários e colaboradores”, comenta Marcondes, em entrevista ao portal IG.
Vazamento de dados
Sabemos que o momento da estadia é apenas a ponta de uma jornada de uma viagem, que se inicia ao fazer a compra de passagens ou utilização de milhas. Eis que os golpes pela internet despontam e as companhias responsáveis precisam estar atentas. Recentemente, Smiles, sistema terceirizado utilizado pela Gol, foi vítima de ataque cibernético, com a exposição de 0,04% da base de clientes, segundo a companhia, de informações pessoais sensíveis, como dados de identificação e cópias de documentos.
Rafael Federici, sócio do Comparato, Nunes, Federici & Pimentel Advogados, especialista em Direito Digital e Proteção de Dados, explica que um dos grandes problemas envolvendo o vazamento de dados está na utilização de sistemas de TI antigos, que são mais difíceis de proteger e de integrar com novas tecnologias mais seguras. “Sistemas operacionais e softwares de tratamento desatualizados ou sem arquitetura adequada também colaboram para o aumento dos riscos”, acrescenta, ao Migalhas.
O especialista salienta ainda que essa terceirização, com compartilhamento de dados pessoais, exige a adoção de camadas mais rigorosas de proteção, o que inclui os treinamentos de pessoas e a formação de uma cultura em governança a todos os envolvidos.
