A automação de processos robóticos, mais conhecida pela sigla RPA (Robotic Process Automation), tem se mostrado uma grande promessa em uma ampla gama de setores, incluindo o de Seguros. Afinal, as seguradoras enfrentam diariamente uma cobrança excessiva de tarefas administrativas, o que reduz a satisfação do cliente e, em muitos casos, despende um tempo além do necessário.
Porém, por meio do RPA, muitas delas já entenderam que há grandes possibilidades para reduzir, de forma significativa, o tempo e o esforço gastos em atividades secundárias. O resultado? Aumento de produtividade e uma melhora constante no atendimento ao cliente.
Hoje o RPA já está sendo usado no ramo de Seguros para lidar com sistemas antigos e automatizar procedimentos duplicados, além de adquirir dados externos.
Por que a automação é necessária no setor de Seguros?
Segundo estudo da McKinsey, o RPA para seguros pode reduzir o tempo de processamento de dados em 34%. Também de acordo com a consultoria, a indústria de Seguros será capaz de automatizar 25% de seu processo até 2025.
“Ainda a passos lentos, mas promissores, algumas seguradoras têm usado o RPA principalmente em operações não complexas, como processamento de sinistros e registros de formulários. Por outro lado, as que já investiram fortemente em RPA estão revolucionando o processo de ponta a ponta, incluindo extração de dados, rastreamento de erros, sinalização, roteamento automático de sinistros e análise precisa de processos/negócios”, explica Flávio Ferreira, especialista em desenvolvimento de negócios e responsável pela vertical de Seguros na Softtek Brasil, multinacional mexicana líder no setor de TI na América Latina.
Confira abaixo alguns exemplos que apontam para aplicação na prática do RPA no setor de Seguros.
- Registro e Processamento de Reivindicações
Como resultado do grande volume de informações necessárias para processar reclamações, grandes volumes de dados são gerados durante o processo. Devido à sua incapacidade de adaptação, os sistemas atuais são incapazes de lidar com o volume de informações necessárias para processar um sinistro. Por conta da falta de eficiência e flexibilidade, a experiência do cliente acaba sendo impactada negativamente.
- Subscrição
A subscrição é outra área do setor de seguros que se presta bem à automação, pois envolve obter e analisar dados de uma variedade de fontes, como:
Riscos à saúde – Os prêmios aumentarão para os candidatos que fumam devido às taxas de mortalidade mais altas incorridas, por exemplo.
Capacidade de crédito – Empresas terceirizadas estabelecem a classificação de crédito do solicitante.
Apólices Duplicadas – O solicitante já possui uma apólice existente?
Em meio a esse cenário, o RPA agiliza o processo de subscrição, automatizando a coleta de dados a partir de uma variedade de fontes externas e internas. Seja ao automatizar a base do processo para preencher vários campos em sistemas internos com dados relevantes, ou ao fornecer um relatório rico em insights ao avaliar uma perda de execução, por exemplo.
- Conformidade Regulamentar
Após a pandemia pela Covid-19, o processo regulatório dos negócios no setor de Seguros se tornou ainda mais complexo.
O risco de violação regulatória no setor aumentou devido aos muitos procedimentos complicados e propensos a erros.
Sendo assim, os processos automatizados se tornaram ainda mais essenciais para garantir a conformidade regulatória, automatizar tarefas, verificar informações de clientes existentes ou até criar relatórios regulatórios.
- Análise e Processos de Negócios
As seguradoras só podem aprimorar seus serviços e atender melhor a seus clientes se medirem o que estão fazendo. Com tantas operações ainda centralizadas no trabalho manual e no uso intensivo de papel,
fica difícil rastrear e analisar a eficiência operacional ou identificar possíveis inconsistências, o que não acontece quando a automação está em vigor.
Isso porque o RPA consegue rastrear o número de transações e exceções tratadas, gerando como resultado o aprimoramento da conformidade regulatória e ganhos em eficiência, além do aumento da velocidade de processamento de reclamações e agilidade no tempo de resposta às solicitações apresentadas pelos clientes.
“O RPA é capaz de agilizar o processo de seguro e integrar os aplicativos legados com soluções modernas com facilidade. Com o RPA no coração do setor de Seguros, as seguradoras podem não apenas reduzir o custo das operações e a carga de trabalho, como oferecer ao cliente um serviço rápido, personalizado e sob medida ao que ele precisa”, explica Flávio.
- Outros benefícios
Aplicativos Legados – O RPA pode funcionar como uma ponte para conectar os aplicativos legados incompatíveis e as novas soluções de ERP ou BPM usando a automação de interface do usuário.
Contabilidade e Finanças – Um sistema RPA pode conduzir cliques, preenchimento automático de modelo, cópia e colagem de informações, entrada de campo e muito mais para reduzir despesas transacionais e pegadas de custos de políticas em conciliações bancárias diárias.
Distribuição e Varejo – Quando se trata de venda e distribuição de apólices de seguro, o RPA pode ser uma ferramenta inestimável. Entre as operações que podem ser automatizadas estão a criação de scorecard de vendas, a transmissão de alertas aos agentes e a execução de avaliações de compliance, regulatórias e de crédito.
Cancelamento de uma Apólice – Podemos usar o RPA para automatizar o cancelamento de apólices, o que poupará tempo e garantirá que nenhum erro seja cometido, uma vez que o RPA segue rigorosamente as regras e procedimentos de cancelamento.
“Não é novidade que a concorrência no setor de Seguros está aumentando e as expectativas dos clientes estão evoluindo mais rápido do que nunca. Isso sem falar nas insurtechs, que oferecem um sistema 100% digitalizado e uma abordagem flexível na hora de oferecer produtos e soluções. Para manter a vantagem competitiva entre os concorrentes, as seguradoras devem abraçar a mudança”, conclui o executivo.
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