Sistemas de CFTV utilizam redundância na nuvem
Por Adriano Oliveira*
O sistema de vigilância por vídeo (CFTV) representa a maior fatia do mercado de equipamentos de segurança eletrônica no país. Não diferente de outros segmentos, este setor apresenta mudanças à medida que a tecnologia evolui, trazendo recursos que visam, sobretudo, a praticidade e a mobilidade dos usuários.
De acordo com a SIA Brasil – Associação das Indústrias de Segurança, em sua Pesquisa sobre o Mercado de Verticais no Brasil para a Indústria Física de Segurança Eletrônica, com a evolução da tecnologia, tanto analógica quanto IP, o CFTV passou a ser usado de outras maneiras, que até há pouco tempo pareciam mais coisas de filme de ficção. Mesmo o CFTV analógico, considerado atrasado, evoluiu e continua firme no mercado, principalmente pelo custo-benefício.
Mas o que realmente tem mudado o rumo do mercado de CFTV é o sistema IP, que traz novas oportunidades de negócio e possui um leque maior de opções em termos de tecnologia. Quanto à tecnologia analógica, é possível aproveitar o fato dos gravadores serem equipamentos digitais, mas a tendência que tem se confirmado é que os sistemas IP dominarão o mercado em pouco tempo. A computação na nuvem é um dos fatores que nos levam a crer nisso por se tratar de uma tecnologia que vem ganhando destaque à medida que o mundo se adapta à era do acesso sob demanda para qualquer tipo de serviço.
Geralmente, a gravação das imagens dos sistemas de CFTV, é feita localmente e armazenadas no disco rígido de um DVR ou NVR. Quando o assunto é redundância, nem todos os clientes acabam dispondo de infraestrutura para manter dois pontos de gravação independentes; e é aqui que a nuvem se apresenta como uma solução. Já é possível encontrar no mercado empresas que oferecem gravação de imagens das câmeras IP diretamente na nuvem, fazendo com que os equipamentos de gravação local sejam dispensados. Atualmente, é realidade utilizar os gravadores locais e ainda a gravação na nuvem, como redundância.
O Big Data e o recurso de análise de vídeo também são fatores que podemos considerar. As câmeras IP fornecem informações em tempo real e contam com diversas funcionalidades, desde a emissão de alarmes até análises de vídeo integrado, o que permite que elas, além de serem usadas na área de segurança, também possam servir como ferramenta de apoio ao controle de trânsito, vendas e marketing.
Alguns varejistas já começaram a utilizar o seu sistema de CFTV ou implementaram câmeras específicas em seus estabelecimentos no intuito de gerar mapas de calor e determinar por onde o público mais circula a fim de definir a partir disso suas ações de marketing. Observar as feições dos clientes para determinar sua experiência; contar o número de pessoas que entram e saem das lojas; e associar essas informações a outras variáveis já é uma rotina que possibilita ao comércio reagir mais rapidamente às necessidades do mercado, dando maior competitividade às empresas que adotam essas tecnologias.
O último fator que vou considerar neste artigo é a gravação em borda. Nem todos os clientes precisam de uma grande quantidade de câmeras em funcionamento, eis um dos motivos que tornam interessante o uso de gravação na própria câmera. Graças aos avanços dos cartões de memória SD, é possível dispensar o VMS (sigla em inglês para Sistema de Gerenciamento de Vídeo) e o gravador. Sendo essa também uma forma de gravar imagens em caso de emergência ou quando a rede se torna indisponível.
Com esses pontos em discussão, eu aposto na soberania do mundo digital. Vejo que é um caminho sem volta e enxergo nos ambientes IP benefícios para aplicações corporativas de missão crítica, cuja a qualidade e a variedade de recursos são indispensáveis.
*Adriano Oliveira é Técnico de Suporte e Treinamento da Samsung Techwin America