Um levantamento do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), departamento do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), revela a importância da educação digital, assunto tratado aqui em Security, às crianças e adolescentes: o uso de celulares e internet cresceu exponencialmente entre as crianças brasileiras até oito anos em uma década.
Fazendo um recorte, a proporção de crianças na faixa etária de 0 a 2 anos usuárias de internet saltou de 9% em 2015 para 44% em 2024. “Os dados, futuramente, precisarão ser melhor investigadospara entendermos quais são os tipos de uso. Sabemos que muitas vezes é para assistir programas ou conteúdo, não necessariamente muito ativo. Mas isso já mostra que a tecnologia está presente nos domicílios para essa faixa etária”, explica Fábio Senne, coordenador-geral de pesquisas do Cetic.br, à Agência Brasil.
A utilização de internet, dispositivos e tecnologias são realidades que não têm mais volta. Porém, especialistas ressaltam a necessidade de diálogo sobre estratégias de proteção à infância e à adolescência no ambiente virtual, com foco na segurança cibernética e nos direitos digitais.
Papel da psicologia na cidadania digital
Esse assunto foi pauta seminário Prioridade absoluta: diálogos pela infância e adolescência seguras no ambiente digital, promovido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, DF (íntegra aqui). Um dos assuntos foi a importância das normativas do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), como as Resoluçõesnº 163/2014,nº 245 e nº 257, ambas de 2024, que protegem esse público contra a publicidade abusiva e reconhecem os direitos digitais da infância.
“Regulamentar não é censurar: é garantir proteção integral e cidadania digital. A psicologia traz para esse debate a compreensão dos impactos psíquicos da adultização, da exploração e da violência on-line, e reforça que a responsabilidade é coletiva entre Estado, empresas, famílias e sociedade. A prioridade absoluta da infância não é uma promessa futura, é um dever presente”, salienta Marina Poniwas, vice-presidente do CONANDA e representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP), uma das participantes do evento.