Golpes com criptomoedas caem, mas fraudes em aplicações financeiras descentralizadas batem recorde
Crimes no crescente espaço de “finanças descentralizadas” (DeFi, na sigla em inglês) atingiram um recorde histórico, aponta relatório da empresa de criptografia CipherTrace, revelado em maio. Aplicações DeFi são plataformas que facilitam empréstimos feitos diretamente em criptomoedas, fora dos bancos tradicionais. Muitas dessas operações são incorporadas à blockchain ethereum – cuja moeda só perde em valor para o bitcoin.
O valor fechado, ou seja, o montante total de empréstimos nas plataformas DeFi era de US$ 86 bilhões até abril, segundo dados do DeFi Pulse. Isso representa aumento de 650% em relação aos US$ 11 bilhões identificados em outubro. A impressionante alta atraiu cibercriminosos e, na opinião de especialistas do setor, os golpes devem acelerar conforme o mercado se expanda.
“À medida que mais dinheiro é despejado no espaço de investidores de varejo e institucionais, pessoas mal-intencionadas buscarão tirar proveito do hype para atrair inocentes para os golpes”, disse Dave Jevans, presidente da CipherTrace, à agência de notícias Reuters. “Hackers buscarão projetos que foram lançados sem realizar auditorias de segurança adequadas, explorando lacunas nos smart contracts”.
Por outro lado, perdas com roubo de criptomoedas, invasões de sistema e fraudes caíram drasticamente nos primeiros quatro meses do ano. Isso parece sinalizar uma tendência: em 2019, as perdas com crimes criptográficos atingiram um recorde de 4,5 bilhões de dólares, mas em 2020 esse número caiu para US$ 1,9 bilhão.
A queda, de acordo com a CipherTrace, reflete algum amadurecimento do setor, em sintonia com a melhora da infraestrutura e do aprimoramento dos sistemas de segurança de bolsas e empresas.
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