Dados da Polícia Federal divulgados pelo Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelam um cenário que já pode ser acompanhado atualmente no Brasil, seja nas grandes cidades, seja em pequenos municípios: o aumento exponencial do número de agentes de segurança privada.
Para se ter uma noção, em apenas cinco meses (dezembro de 2024 e maio de 2025), cresceu em 10% o total de vigilantes empregados no país, ou 571 mil pessoas alocadas no setor, contra a média de 404 mil na Polícia Militar e entorno de 95 mil policiais civis na ativa.
Já outro estudo, este do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe/2024), entregue ao Ministério da Justiça,aponta que metade dos brasileiros não se sente seguro onde mora, chegando a61% nas periferias. Já o Datafolha constatou que 58% das pessoas entrevistadas acreditam que a violência aumentou em seu município nos últimos 12 meses, enquanto apenas 15% sentem que os crimes caíram e 25% se mostraram neutros(nem cresceu, nem diminuiu).
Ao O Globo, Caio Moraes, cientista político da Universidade Estadual de Londrina (LEGS/UEL), explica que esse movimento segue uma tendência mundial, não sendo contido nem mesmo pela popularização de sistemas tecnológicos de valores acessíveis, como o monitoramento eletrônico. Para o especialista, o índice expressivo de agentes de segurança privada está associado ao crescimento do número de shoppings e condomínios residenciais, não necessariamente atrelado a taxas de criminalidade.
E isso faz sentido: o Brasil registrou queda em todos os tipos de roubos, mas viu aumentar o número de golpes em 2024, segundo o Anuário de Segurança, divulgado pelo g1: roubos a estabelecimento comercial tiveram patamares menores (-24%), seguido de roubos a pedestres (-23%) e a residências (-19%).
Tecnologia a serviço da segurança
Mesmo com o crescimento do fator humano na proteção, as tecnologias estão se tornando aliadas importantes e um incremento para salvaguardar público e patrimônio.
Para Andrei Junqueira, Channel Business Manager da Milestone para o Brasil, em artigo para o site Segurança Eletrônica, videovigilância permite passar da observação reativa à ação em tempo real e até mesmo preditiva.
“As plataformas inteligentes de gerenciamento de vídeo, podem adotar essa lógica, ou seja, a análise em tempo real ao detectar padrões incomuns, trajetórias atípicas ou veículos com placas previamente registradas, ativando alertas que desencadeiam protocolos, até mesmo antes que ocorra o incidente”, destaca o especialista.
“Defendo que soluções digitais não são mais opcionais: quem ignora essa transformação coloca em risco não apenas o patrimônio, mas sobretudo a tranquilidade de moradores e colaboradores”, arremata Breno Machado, diretor da Singular Serviços, ao Economic News Brasil.
A previsibilidade é um dos pontos unânimes para a adoção de soluções high-tech nas rotinas de segurança, unindo a capacitação de times para operacionalização aliada ao treinamento constante de pessoas para a excelência nas atividades em si. Machado salienta ainda que a digitalização não apenas fortalece apenas asegurança privada, mas também gera novas oportunidades de trabalho em áreas como análise de dados, manutenção de sistemas e gestão de riscos digitais.
