Digitalização do e-commerce é essencial para sobrevivência do varejo, apontam especialistas
Datas comemorativas, como o Natal, levam os consumidores a fazer as famosas buscas online para verificar preços mais em conta e comprar eletronicamente para fugir de filas ou outras intempéries. Na outra ponta, muitas pessoas comparam online para ir às lojas físicas posteriormente.
Pesquisa Tendências do Varejo 2023, da Opinion Box e Dito, revela que 84% dos consumidores gostam que lojas físicas e online estejam integradas, sendo que 87% já pesquisou o preço na loja física e comprou na internet, enquanto 80% fez o inverso e 78% já comprou online e retirou na loja.
Outro dado importante, este da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), mostra que que as vendas registradas no e-commerce brasileiro chegaram a R$ 169,6 bilhões em 2022, 5% a mais em comparação ao ano anterior.Embora o cenário seja promissor, é preciso que as empresas estejam atentas a um ponto essencial: a digitalização.“Uma certeza que se tem é que independente do contexto analisado, para que empresários cresçam é fundamental que se pense na digitalização das lojas e processos”, analisa Edison Tamascia, presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar) e da Associação Multimarcas de Farmácias (Farmarcas).
Voltando-se mais uma vez aos números, a pesquisa Sondagem do Comércio realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre) aponta que no terceiro trimestre de 2023, 15,1% das receitas do comércio foram obtidas por meio de vendas on-line em sites, aplicativos, e-mails, entre outros canais.“As empresas se mobilizaram para utilizar os canais digitais e, ao longo do tempo, se prepararam melhor para atender às demandas desses clientes que procuram mais produtos e em diversidade”, avalia Ivan Tonet,coordenador de Mercados e Transformação Digital do Sebrae Nacional.
Digitalização 360°
Digitalizar a comercialização engloba não apenas criar um e-commerce que funcione, mas também que o processo dentro dos estabelecimentos envolva entender as necessidades do consumidor, tornando a experiência de compra segura, prática e, obviamente, positiva para ambos. O papel da digitalização deve ser em uma visão 360°, ou seja, se adequando aos anseios e necessidades das pessoas para que se tenha realmente soluções efetivas, esclarecem os especialistas.
“Tenho uma visão de digitalização em vários âmbitos, tanto automatizando os processos internos para ganho de qualidade, quanto pelo lado do consumidor, digitalizando o processo de atendimento, entendendo os hábitos de consumo e estreitando o relacionamento”, ressalta Edison Tamascia.
Porém, vale lembrar que o atendimento aos públicos deve ser também humanizado. “Ao contrário das grandes marcas varejistas, o pequeno negócio oferece produtos mais customizados e atendimento mais próximo do cliente, com trocas com mais facilidade e flexibilidade. Muitas vezes, ao fazer um compra online de um negócio mais perto da sua casa, o produto chega muito mais rápido também. Lembrando que o consumidor consegue falar com pessoas e não com robôs”, conclui Tonet.
Foto: reprodução
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