Estudo mostra que falta de capacitação tecnológica engessa avanços na indústria
Do mesmo modo que os avanços tecnológicos são essenciais para o crescimento das empresas e da humanidade, a carência de mão de obra qualificada é um entrave nos avanços em áreas como a indústria, por exemplo.
É o que mostra a Rockwell Automation, empresa global de automação industrial e transformação digital, ao anunciar em seu “Estudo anual do estado da produção inteligente, para o qual foram entrevistados 1.350 fabricantes em 13 dos principais países produtores.
Dentre os resultados estão que quatro em cada cinco fabricantes ainda carecem de uma solução completa de planejamento da cadeia de fornecimento; os riscos de cibersegurança são os maiores obstáculos que os entrevistados procuram mitigar com iniciativas de produção inteligente. Um ponto positivo é que 89% dos fabricantes planejam manter ou aumentar o emprego devidoàadoção da tecnologia e 36% acreditam que serão capazes de redirecionar os funcionários existentes devido ao uso crescente de tecnologia.
Capacitação tecnológica
Para Veena Lakkundi, vice-presidente sênior de estratégia e desenvolvimento corporativo da Rockwell Automation, os fabricantes continuam buscando oportunidades de crescimento lucrativo, mas percebem incertezas na disponibilidade da força de trabalho capacitada, o que afeta a qualidade produtiva, impactando também a demanda em atender às crescentes necessidades dos clientes: “A pesquisa descobriu que a tecnologia de produção inteligente está permitindo que fabricantes de todos os tamanhos otimizem soluções mais resilientes, ágeis e sustentáveisque aceleram a transformação. Se aprendemos alguma coisa com a história, é que as organizações que investem em inovação, com tendência para a ação, em tempos de incerteza podem superar os concorrentes”, relata.
Os fabricantes podem superar essa indecisão escolhendo um parceiro com conhecimento e experiência relevantes no setor, que possam aconselhá-los e orientá-los na implementação de uma solução adequada à finalidade a que se destina para alcançar os resultados desejados.
Indústria 4.0
Intitulada Em 2016, uma pesquisa da CNI (Confederação Nacional da Indústria) revelou que 48% das empresas brasileiras implementaram ao menos uma tecnologia digital. Em abril de 2022, a entidade divulgou os resultados da “Sondagem Especial Indústria 4.0: Cinco Anos Depois”. No estudo mais recente, o percentual de empresas com ao menos uma tecnologia digital avançou para 69%, sendo 26% das empresas industriais utilizam de um a três tecnologias e apenas 7% utilizam 10 ou mais. Análises de modelos virtuais para projetos, automação, impressão 3D, sistemas integrados para fabricação de produtos e produção com auxílio de inteligência artificial, entre outras, estão no rol de dispositivos usados, sendo 86% das grandes empresas utilizam pelo menos uma das 18 tecnologias catalogadas. Para as médias, essa taxa é de 64% e, as pequenas, de 42%.
Em reportagem da Revista Meio Ambiente Industrial, Claudio Henrique Goldbach, diretor de tecnologia da Associação Brasileira da Internet Industrial e CEO da TERMICA Solutions, especializada em processos térmicos industriais observa que “o maior potencial do Brasil está exatamente na transformação digital das operações já existentes, o que chamamos de brownfield”. O termo a que Goldbach se refere é investir nas fábricas já existentes para torná-las inteligentes.
Goldbach ressalta ainda a qualificação de pessoal para que esses avanços ocorram. “As tecnologias estão maduras e prontas a serem adotadas e o mercado vem se adequando à demanda do Consumidor 4.0. Porém, as pessoas acabam demorando para se adaptar à essas rápidas mudanças. Destaco a mentalidade antiquada na gestão de muitos negócios e a sensação de alguns profissionais que, por já terem concluído de seus cursos, aprenderam o suficiente. São constantes a atualização e a educação continuada”, endossa.
Se levarmos em consideração essas pesquisas, podemos concluir que a tecnologia é essencial para mitigar riscos e proporcionar crescimento. No estudo da Rockwell Automation, para um terço dos fabricantes, a variedade de sistemas e plataformas disponíveis está levando à “paralisia tecnológica”, em outras palavras, uma incapacidade de decidir entre as soluções.
Ou seja, é preciso investir em tecnologia. Contudo, é preciso também levar em conta o fator humano e estudos mais aprofundados das demandas de cada segmento para escolher o melhor, e, consequentemente, alavancar para crescer.
Foto: Reprodução
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