O Brasil contabiliza um dado que chama a atenção: possuir a terceira maior população carcerária do mundo. De acordo com sistema de Informações Penitenciárias (SISDEPEN) referente ao segundo semestre de 2024, até 31 de dezembro, 905.316 pessoas estavam sob alguma forma de sanção penal no país (até 31 de dezembro).
Já no que se refere aos trabalhadores do sistema carcerário, o levantamento mostra que o país conta com mais de 100 mil profissionais de execução penal (celas físicas), por exemplo, um contingente que lida constantemente com riscos e tensões, e necessita fortemente de segurança física e mental.
Durante o III Congresso Intersetorial de Políticas Públicas e Participação Social no Sistema Prisional, realizado na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), no Rio Grande do Sul, reuniu Gestores de diferentes departamentos da Secretaria de Sistemas Penal e Socioeducativo (SSPS) para discutir caminhos para um sistema penal justo e humanitário.
Uma das mesas-redondas tratou de estudos sobre saúde mental dos servidores do sistema prisional, falando da promoção em prol do equilíbrio emocional desses profissionais. Destaque para um mapeamento que está sendo feito no estado, com o perfil e nível de qualidade de vida, conduzido pela doutoranda em Promoção da Saúde Daiane Kist Back e orientada pela professora Lia Possuelo da Unisc.
“O estudo, ainda em desenvolvimento, evidencia a necessidade de investimentos contínuos em suporte psicológico e em ações coletivas promotoras de saúde, como a capacitação de gestores para o exercício de uma liderança humanizada e a interlocução permanente entre as equipes de trabalho”, informa comunicado.
Direito a mais equipamentos e descanso
Essa demanda também se espraia pelo país, o que proporciona inciativas para aquisição de equipamentos e capacitação, além de bem-estar dos servidores. No Mato Grosso do Sul, a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) lançou uma nova Base do Comando de Operações Penitenciárias (COPE), além da entrega de armamentos ao grupamento, como parte do processo de melhorias e valorização dos policiais penais do estado.
O local, revitalizado, foi pensado também para a qualidade de vida dos profissionais, com alojamentos e espaços de convivência. “A base oferece condições adequadas para treinamento, descanso e planejamento das ações, refletindo o reconhecimento da instituição pelo trabalho desenvolvido. O policial penal do COPE precisa estar preparado para atuar nos cenários mais adversos, com equilíbrio, técnica e disciplina, e essa estrutura contribui diretamente para isso”, comenta o policial penal Richard Dias, comandante do COPE.


