Ataques virtuais crescem em 2020 e Brasil é um dos principais alvos

Com o avanço do coronavírus, a adesão ao trabalho remoto – também conhecido como home office – atingiu um patamar nunca visto antes. E, segundo profissionais de segurança da informação, os ataques virtuais também aumentaram bastante. Não apenas em quantidade como também em sofisticação.

Os ransomwares, por exemplo, foram uma das modalidades que mais cresceram, de acordo com a empresa americana Cisco. Trata-se um ataque no qual os criminosos “sequestram” dados e exigem pagamento de um resgate para liberá-los. Grandes organizações, como o Superior Tribunal de Justiça e a fabricante de aviões Embraer, foram atingidas e tiveram que agir rapidamente para mitigar reverter a situação.

O STJ chegou a paralisar todas as atividades e demorou duas semanas para se restabelecer. Já Embraer precisou de uma semana apenas e disse que, graças a medidas de proteção implementadas, os invasores não conseguiram acesso a informações relevantes. De toda forma, segundo o jornal Valor Econômico, os sistemas desconectados pela empresa para conter o ataque afetaram o ritmo de produção.

A menção a duas organizações brasileiras não é por acaso. Um estudo da Kaspersky, desenvolvedora de softwares de segurança, revelou que, em uma amostra de 30 mil tentativas de sequestro de dados empresariais entre janeiro e maio deste ano, o Brasil foi o país com mais casos em todo o mundo. Já a Check Point, também uma empresa de segurança digital, calcula que entre junho e novembro o volume médio de tentativas de ataque a uma única organização no País foi de 560 por semana, ante média global de 533.

“Os cibercriminosos sempre buscarão aproveitar as últimas tendências para aumentar as taxas de sucesso dos ataques. A pandemia de coronavírus criou uma tempestade perfeita: um evento de notícias global juntamente com mudanças drásticas nas práticas de trabalho e nas tecnologias usadas pelas organizações”, afirma Rafi Kretchmer, chefe de marketing de produtos da Check Point.

Para 2021, como as condições devem se manter, a tendência é que os ataques também sigam em alta – e com novas camadas de complexidade, com a popularização da internet das coisas e a chegada do 5G. Para se defender, apontam especialistas, é preciso atualizar softwares, instaurar soluções de segurança em camadas, rever processos e, principalmente, treinar funcionários. Via de regra, afinal, os ataques dependem de algum equívoco humano para serem bem sucedidos.

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