Brasil foi um dos principais alvos de ataques cibernéticos a aplicativos financeiros em meio à pandemia
A pandemia do novo coronavírus elevou as ameaças de segurança cibernética no Brasil. De acordo com estudo realizado pela Trend Micro, multinacional especializada em cibersegurança, o país foi um dos principais alvos de ataques direcionados a aplicativos de internet banking e dispositivos PoS (pontos de venda como as maquininhas de cartão) no primeiro semestre de 2020.
O número de ocorrências envolvendo as maquininhas, por exemplo, cresceu mais de 350% nos seis primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2019. Em junho, mostra o levantamento, o Brasil foi o terceiro principal alvo deste tipo de ataque, atrás apenas Estados Unidos e Turquia.
As investidas para roubar dados bancários e de cartões de crédito de usuários somaram 3 mil casos no período, um pouco acima acima dos 2,9 mil observados no primeiro semestre do ano anterior. Só em junho, o país foi o quarto com mais detecções de arquivos maliciosos (os chamados malwares) no mundo.
Entre janeiro e junho, os cibercriminosos mudaram seu foco para se aproveitar do interesse global na pandemia. O risco para as empresas também foi agravado por falhas de segurança criadas por uma força de trabalho majoritariamente remota.
O estudo da Trend Micro também indica que o mercado brasileiro ficou em oitavo lugar entre os que mais receberam ameaças por email com temas relacionados ao novo coronavírus. Foram 132 mil mensagens eletrônicas contendo algum tipo de arquivo malicioso. No mundo, os líderes neste tipo de ameaça foram Estados Unidos, Alemanha e França.
Já considerando todas as ameaças por email detectadas pela Trend Micro, o Brasil teve mais de 447 mil mensagens eletrônicas maliciosas no período, sendo o sétimo principal alvo de ataques no mundo.
“É importante que as empresas e os consumidores fiquem atentos para não serem alvos de ameaças cibernéticas dessa natureza. Manter seus sistemas seguros e ter cautela ao abrir conteúdos suspeitos é essencial nesse momento atípico em que estamos vivendo”, afirma Cesar Candido, diretor de Vendas da Trend Micro na América Latina.
No primeiro semestre, a empresa bloqueou 8,8 milhões de ameaças cibernéticas ao redor do mundo, das quais quase 92% baseadas em mensagens por email. Além disso, as detecções de comprometimento em emails corporativos aumentaram 19% em todo o mundo em relação ao apurado no segundo semestre de 2019.
A empresa diz ainda que o ransomware, um software que bloqueia o sistema do usuário até que um “resgate” seja pago, se mantém uma constante entre as ameaças. Segundo a Trend Micro, as novas famílias deste tipo de ataque cresceram 45% no primeiro semestre.
O estudo aponta também um aumento de 16% nas vulnerabilidades reveladas em sistemas de controle industrial (ICS), em comparação com dados do primeiro semestre do ano passado. Essas ameaças podem tornar-se mais perigosas no futuro, diante da migração das fábricas e outras organizações para ambientes inteligentes, com a utilização da internet das coisas industrial (IIoT, na sigla em inglês).
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