Condomínios fechados são aposta de consumidores que buscam por mais segurança

A sensação de segurança está levando os brasileiros a morar em condomínios fechados. Segundo o Censo QuintoAndar de Moradia, em parceria com o Datafolha, divulgado em fevereiro de 2022, mostrou que do total dos que vivem em casas (88%, de um universo de 3.186 pessoas a partir de 21 anos, das cinco regiões do Brasil), 12% estão em condomínios e vilas. “Escolhi morar em um condomínio fechado por ter mais segurança, além da estrutura de lazer e comodidade. Adquirir um lote é também um investimento futuro”, comenta Marcelo Trombela Bastos, vendedor comercial e proprietário de um lote da incorporadora Perplan, em Ribeirão Preto, SP.

O índice mostra tendência de crescimento e os empreendimentos estão investindo fortemente em itens como tecnologia, treinamento de pessoal, implantação de espaço de trabalho compartilhado (coworking), muros altos e sistemas mais robustos de entrada de visitantes. Também estão se importando com a localização para as construções dessas moradias, sendo próxima de áreas verdes, mas sem deixar de ter acesso à metrópole.

 

Condomínios fechados

 

Segundo o Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário (Sinduscon) de Passo Fundo, RS, a opção por morar em condomínios fechados, em especial os horizontais, está, além da segurança, em uma área privada e com monitoramento, procura que cresceu durante a pandemia. “É sempre uma escolha bem criteriosa. Hoje, os empreendimentos verticais oferecem uma infraestrutura muito completa, além da facilidade de estar dentro da cidade, com uma logística mais fácil. O que atrai também é o contato com a natureza, ter essa experiência no seu próprio pátio, com mais espaço, piscina. São mais retirados do fluxo da cidade, para pegar áreas quase rurais. É o que alguns níveis de clientes procuram”, conta Cristiano Basso, presidente do Sinduscon de Passo Fundo, ao GZH.

 

Residência high-tech

 

Como dito, o investimento tecnológico condominial está em crescente. Os mais modernos têm alarme integrado a aplicativos, proteção perimetral e iluminação adequada, além de os funcionários participarem de treinamentos para o uso de todos os equipamentos. Outro mecanismo é o reconhecimento facial, presente nas portarias remotas, o que proporciona um controle de acesso avançado, sendo possível realizar a leitura facial e, de forma automática, permitir ou bloquear o acesso de pessoas.

Mesmo com os avanços, não é de hoje que nos deparamos com notícias de invasões a condomínios. Só para ser uma ideia, o Sistema de Informações Criminais (Infocrim) contabilizou, entre 2014 e 2018, a escala de 12 mil ataques por mês a casas e condomínios no estado de São Paulo. Já no primeiro semestre de 2022, o aumento ficou na casa de 11,09% para furtos e roubos.

Como proceder, portanto, quando as moradias forem violadas? Para Bruno Fernandes da Silva, advogado especializado em direito imobiliário, em artigo ao Migalhas, deve-se observar se na convenção consta a previsão de responsabilidade do condomínio. “Caso não haja, ou então conste cláusula excluindo a responsabilidade, o condomínio em regra não poderá ser responsabilizado. Porém, se o condomínio possui contrato com empresa de segurança paga pelos condôminos, será responsabilizado pelo furto ocorrido, independentemente de possuir cláusula na convenção excluindo a responsabilidade”, explica.

Ele acrescenta que o condomínio poderá ser responsabilizado em situações de furto ou roubo praticado dentro das dependências. “Para isso, deve-se constar a cláusula na convenção que o responsabilize, ou que mesmo tendo cláusula que exclua a responsabilidade, mas que possua empresa de segurança privada. Na negligência do porteiro, também poderá haver responsabilização do condomínio”, analisa.

Foto: Reprodução

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