De ameaças reais a virtuais, segurança nas Olimpíadas em Paris é reforçada

A icônica cidade de Paris sedia mais uma edição dos Jogos Olímpicos de 2024 e preparou um forte esquema de segurança para salvaguardar público, comitivas e atletas. As autoridades apontam o terrorismo e invasões cibernéticas como principais ameaças durante as Olimpíadas, que ocorrem entre os meses de julho e agosto.

“Para a cerimônia de abertura, há um protocolo específico com o Estado e a Prefeitura de Paris. Estamos confiantes de que estamos no caminho certo, que atingiremos nossas metas”, frisou em coletivaBruno Le Ray, diretor de segurança do Paris 2024.

 

Olimpíadas com segurança reforçada

 

A organização dos jogos lançou quatro pacotes de licitações para segurança privada, que incluem a presença de 17 mil a 22 mil agentes por dia, sendo 2 mil para a abertura, que tem em sua programação um longo desfile no Rio Sena com estimativa de público na casa dos 60 mil expectadores, sem alteração do orçamento de segurança de 320 milhões de euros.

“O primeiro risco é o terrorista. Nós o integramos, infelizmente, em todos os planos de segurança”, destacou Thomas Collomb, diretor executivo de segurança do evento. No currículo, Collomb foi vice-diretor de segurança e proteção dos locais oficiais da Eurocopa 2016, sete meses após os ataques de novembro de 2015 em Paris, que envolveram ações terroristas em locais de entretenimento e cafés da capital francesa.“Desde esse episódio, o risco terrorista está sendo levado em conta ea ameaça cibernética é o outro problema principal. Os drones também estão em pauta e as Forças Armadas estão enfrentando esse risco há algum tempo, inclusive está plano de segurança dos Jogos desde 2019”, arrematou.

 

QR Code para moradores e restrição no transporte

 

Para moradores do entorno das arenas,demais locais de provas e eventos paralelos, os organizadores pretendem exigir uma identificação de acesso. Laurent Nunez, chefe da polícia da capital francesa, fala emações drásticas de segurança para esse período.

Ao jornal Le Parisien, quem reside nas proximidades de instalações olímpicas precisariam solicitar um QR Codepara passar pelas barreiras policiais. Isso vale também aos que vão ver as partidas pelas janelas de suas casas, bem como devem solicitar registrode visitantes que queiram assistir ao movimento olímpico de suas varandas, janelas ou telhados, e a medida vale atépara casas flutuantes, comuns na cidade.

Outro ponto desafiador é o fluxo que vai aumentar nas estações de metrô. Segundo o chefe da polícia local, a decisão foi fechar estações consideradas com alto nível de vulnerabilidade a possíveis ataques ou que estão suscetíveis a não suportar a quantidade de pessoas: “Você não pode ter estações de metrô abertas dentro de um perímetro de proteção, a menos que também reviste todo mundo”, justificou Nunez.

 

Rio 2016

 

As cidades que sediaram as competições nos Jogos Rio 2016 também contaram com um esquema de segurança robusto, inclusive em regiões já com um histórico de ocorrências mais complexas.

Foram mobilizados 88 mil agentes da Polícia Militar, da Polícia Federal e da Força Nacional para a segurança nos jogos e a presença de 250 policiais de 55 países trabalharamnas sedes em Brasília e no Rio de Janeiro,sendo parte deles alocada na atuação no Centro de Cooperação Policial Internacional, chefiado pela Polícia Federal. “Um eixo muito importante é a parceria com o Centro de Cooperação Policial Internacional e o Centro de Enfrentamento ao Terrorismo, que são coordenados pela PF. Eles vêm como um apoio, um suporte à PF, e não como poder de polícia”, disse à época, o então secretário Andrei Rodrigues, para a Agência Brasil.

As ações envolviam combates ao terrorismo e sabotagem, pressão à criminalidade, mitigar o comprometimento do sistema de mobilidade urbana, de saúde coletiva e serviços essenciais, incidentes e catástrofes naturais e também englobou os ataques cibernéticos.

Foto:  Reuters/Benoit Tessier

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