Drones são aliados no monitoramento da segurança pública nas cidades

O que antes aparentemente seriam equipamentos para entretenimento, os drones estão se tornando aliados da Segurança Pública no monitoramento nas cidades. Pesquisada Escola de Direito do Rio de Janeiro, da Fundação Getulio Vargas (FGV Direito Rio) “Segurança Pública na era do Big Data: mapeamento e diagnóstico da implementação de novas tecnologias no combate à criminalidade” apontou que o uso desse item é adotado por 63% das forças de segurança das 27 unidades da federação, seguido do OCR (reconhecimento óptico de caracteres) e reconhecimento facial.

Para a pesquisadora Fernanda Prates, o grande desafio da utilização dessas tecnologias está em regulamentar, compreender e criar formas eficazes de implementá-las aos profissionais da Segurança Pública. “Entendemos que não dá para voltar atrás, e que essas ferramentas farão parte da vida desses atores, queremos dialogar e também escutar seus respectivos feedbacks. Esse diálogo pode suscitar novas regulamentações, auxiliar as instituições e entender melhor como aplicar essas tecnologias de forma a serem aproveitadas em toda sua potencialidade”, explica a professora à Agência Brasil.

 

Drones em ação

 

Por conta de sua rapidez e capacidade em varreduras aéreas em diversos perímetros, esses equipamentos também conhecidos como Aeronaves Remotamente Pilotadas (RPA) já fazem parte da rotina dos agentes. Em Boituva, SP, a Guarda Civil Municipal (GCM)possui modelos com visão noturna e câmera térmica, intensificando o patrulhamento e agilizando os atendimentos de ocorrências, em especial em áreas de difícil acesso e locomoção.

Já em São Bernardo do Campo, SP, a prefeitura entregou três drones para a GCM, em outubro, com o foco em monitorar pontos com maior incidência criminal, além de contenção de festas irregulares, apoio às viaturas de campo e vigilância em áreas de preservação ambiental.

Os equipamentos contam com alcance de ao menos 15 quilômetros, sistema de geolocalização e transmissão de vídeo em alta definição e livre de interferências. “O drone possibilita o monitoramento em tempo real e permite acionar as equipes terrestres imediatamente no caso de identificação de movimentações suspeitas. Essa tecnologia é indispensável”, ressaltao coronel Carlos Alberto dos Santos,secretário de Segurança Urbana, ao ABC Repórter.

 

Capacitação

 

Independentemente do modelo, é imprescindível a capacitação dos agentes para a total utilização do drone. A Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE) concluiu em novembro sua primeira turma do Curso de Operador de Drone, com profissionais das Forças de Segurança pública e da Secretaria das Cidades do estado.

Segundo informações do órgão, o conteúdo (44 horas/aula), envolveu temas como montagem e a manutenção básica e noções de segurança na utilização integrada com câmeras para fotografar e filmagens. “A previsão é capacitar de mais de 100 profissionais. Nessa turma, temos policiais militares, policiais civis, peritos criminais e servidores da Secretaria das Cidades. É uma formação que alia a tecnologia e a qualificação de excelência para a prestação do serviço público cada vez mais com mais qualidade”, reforça delegado Leonardo Barreto, diretor-geral da Academia.

Em Rondônia, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR), em parceria com a Polícia Militar do estado (PMRO), capacitou recentemente 15 policiais para operação e mapeamento, com simulações de captação de imagens em áreas urbanas e rurais.

Segundo nota da PMRO, esse treinamento é de extrema importância, pois possibilita ao agente uma previsão em tempo real do cenário das ocorrências. “Essa tecnologia já é muito utilizada pela Polícia Militar Ambiental nos planejamentos em áreas a serem fiscalizadas. E o aparelho é um aliado no policiamento ostensivo, auxiliando nas ações de vigilância, identificando alvos, mapeando regiões e auxiliando na cobertura em grandes eventos, garantindo uma vigilância mais efetiva”, informa.

Foto: AscomAesp/CE

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