Especialistas apontam educação e regulação para melhoria na Segurança Cibernética

Nossa relação com a tecnologia é um caminho sem volta. Contudo, se faz necessário ainda mais recursos e processos no quesito segurança cibernética, para evitar ataques e transtornos de grandes proporções. Uma amostra da dimensão desse desafio: relatório Cyberwarfare In The C-Suite, da Cybersecurity Ventures, a projeção de custos globais do cibercrimeàs organizações estão na casa de aumento em 15% ao ano, alcançando US$ 10,5 trilhões anualmente até 2025.

Para evitar tal cenário, estudiosos no assunto apontam dois elementos importantes para melhoria na segurança cibernética: educação e regulação. A Lei Geral de Proteção de Dados e investimentos em capacitação de pessoas no setor estão no rol de avanços, mas é preciso otimizar ainda mais.

 

Educação multidisciplinar

 

Jeferson D’Addario, CEO do Grupo Daryus, em artigo ao jornal Correio do Estado, para garantir uma infraestrutura sólida e atualizada, as empresas precisam ter em mente uma gestão de segurança da informação ativa. “É essencial manter os profissionais atualizados quanto às melhores práticas por meio de programas educacionais, treinamentos e simulações.
Os gestores de negócios devem assumir responsabilidades críticas, ajustando políticas de segurança da informação e monitorando o cumprimento delas”, escreve.

Ele também endossa que uma equipe multidisciplinar dedicada à segurança, composta por profissionais especializados em gestão de segurança da informação, em aspectos forenses, em cibersegurança e em inteligência cibernética, é necessária para uma defesa eficaz do sistema digital dentro das organizações, envolvendo a todos os atores.

 

Inteligência Artificial

 

Durante a edição do Web Summit, ocorrida em novembro em Lisboa, um dos assuntos mais pertinentes foi a regulação do uso da Inteligência Artificial para mitigar riscos aos usuários e o possível travamento do processo de inovação. “Precisamos de mais inovação em áreas importantes como educação e eu apoio o fato de que o Duolingo [aplicativo de ensino de idiomas] não precisou pedir autorização de ninguém para colocar um teste em prática, reunir informações, refinar o que estava fazendo e ter um produto pronto para o mercado. Para mim, é o que parece ser o caminho certo no negócio de inovação”, disse Andrew McAfee, cientista e pesquisador-chefe do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), à Época Negócios.

Sally Costerton, diretora-presidente da organização privada sem fins lucrativos Internet Corporation for Assigned Names and Numbers (Icann) aponta a necessidade da regulação em prol da segurança. “Evidente que os governos precisam regular as práticas na internet, o que é um papel natural, mas a questão é como os reguladores entendem sobre o funcionamento da internet, de fato. Se não entender suas funções, ela pode entrar em colapso”, alerta.

Foto: GettyImages

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