Pandemia levou a fortes mudanças em segurança digital nas empresas, apontam especialistas

O comportamento em diversas áreas sofreu mudanças severas por conta dos três anos de pandemia da Covid-19 e perduram até o momento. E em segurança digital nas empresas isso não é diferente: com o trabalho remoto e o crescimento da jornada híbrida, houve uma aceleração por soluções de cibersegurança e investimentos em Tecnologia da Informação.

 

Pandemia

 

Na outra ponta, a disponibilidade de dispositivos, aplicativos e recursos online de acesso pelos colaboradores descortinou as vulnerabilidades. Dados do Fórum Econômico Mundial mostraram que 95% dos incidentes de segurança cibernética ocorrem devido ao erro humano.”Mesmo que uma empresa invista pesadamente em tecnologias, os seres humanos ainda podem causar fragilidades nos sistemas de informação, porque são propensos a erros como clicar em links maliciosos. A pessoa é a última barreira de segurança da informação, podendo ser a maior fortaleza ou a maior fragilidade da organização”, frisa Matheus Jacyntho, diretor de Cibersegurança da Protiviti, empresa especializada em segurança de dados, ao Terra.

A pesquisa também revelou outros números importantes: 93% dos especialistas em cibersegurança e 86% dos líderes acreditam que o planeta poderá passar nos próximos dois anos por um ataque cibernético de nível “catastrófico”, inclusive devido a atual instabilidade geopolítica global. Em um mundo cada vez mais conectado e “sem fronteiras”, esses episódios geram preocupação aos C-Levels (executivos).

 

Falha de comunicação

 

Como dito, o fator humano é primordial para o êxito em segurança digital. Uma das áreas consideradas negligenciadas nesse contexto é o de protocolos de comunicação interna, comenta Carlos Gajardoni, CEO da NetSecurity, ao mesmo site. “Uma das falhas mais críticas é a incomunicabilidade entre o setor de Segurança da Informação da empresa e os executivos dos demais setores. É um problema em potencial quando não se consegue levar ao conhecimento dos stakeholders os riscos aos quais a empresa está exposta e o quanto isso pode impactar no negócio”, alerta.

Uma correção é alinhar times, departamentos e chefias com mecanismos robustos de comunicação, capacitações e análises por parte da área de Segurança da Informação, já que quaisquer falhas podem causar consequências graves. “Se houver brechas, as perdas podem ser incalculáveis, não apenas no sentido financeiro, mas também na reputação de uma empresa”, endossa.

 

Seguros mais seguros

 

A pandemia também proporcionou a digitalização de tarefas e, consequentemente o investimento em ambientes seguros, leiam-se os virtuais e os físicos. Estudo da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) com 47 empresas representantes de 86% do setor segurador brasileiro mostra que 56,5% delas acreditam que já podem realizar digitalmente mais de 75% de seus processos.

Para Gilberto Garcia, líder do grupo de trabalho responsável do estudo pela Comissão de Inteligência de Mercado (CIM), os grupos seguradores precisaram se transformar nesse período para melhor atender seus clientes, contudo os segurados não querem apenas um atendimento high-tech, mas também uma excelência em contato com os corretores. “As pessoas querem uma experiência ‘figital’, que une o físico e o digital”, explica, em entrevista ao InfoMoney.

As próprias áreas de saúde e seguros de vida apresentaram mudanças profundas com o pós-pandemia, acrescenta o levantamento: 81% das entrevistadas planejam mais melhorias nas plataformas de tecnologia da informação para garantir a estabilidade; 70% investem na proteção e segurança da informação e 66% atendem seus clientes por sistemas de comunicação diferenciados.

Foto: Freepik

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