M3GAN: como brinquedos com inteligência artificial podem impactar crianças?

O novo filme do cineasta James Wan, ‘M3GAN’, é esperado com muita expectativa pelos fãs de terror e tem levantado uma série de questionamentos sobre os impactos de brinquedos com inteligência artificial para crianças.

 

No filme, a boneca robótica M3gan é produzida com inteligência artificial para ser o ‘brinquedo perfeito’, mas que com o tempo se desvia para projetos malignos, no entanto, retirando a parte ficcional do longa, pouco se sabe realmente sobre como a nova onda de brinquedos tecnológicos e jogos eletrônicos de última geração no desenvolvimento das crianças.

 

De acordo com o pós-PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, esse tipo de brinquedo pode ser benéfico, mas sem os devidos cuidados pode estimular condições como ansiedade, dependência digital e déficit de atenção nas crianças.

 

“Sou um defensor do uso de tecnologias na formação das crianças, jogos eletrônicos, por exemplo, podem trazer uma série de benefícios se utilizados corretamente, no entanto, se usados de forma excessiva, podem ser perigosos”, diz o especialista

 

Nativos digitais

 

Para Agrela, brinquedos que utilizam inteligência artificial para ‘conversar’ com as crianças ou reproduzir sons mediante comandos podem ser muito benéficos para a educação, mas se usados como única interação social da criança, como no filme, seu uso pode gerar estímulos no cérebro que causam dependência e isolamento social, além de facilitar o surgimento de ansiedade.

 

“Nessa nova geração de ‘nativos digitais’ onde, apesar de terem facilidade para manusear as tecnologias, pouco aprenderem sobre como dosá-las e utilizá-las corretamente, é importante ensinar as crianças desde cedo sobre limites e mostrar que esse tipo de tecnologia pode ser usada para muito mais que entretenimento, podendo facilitar o aprendizado. Além disso, a responsabilidade de quem produz o equipamento é grande, devendo haver uma fiscalização e leis que monitorem e penalizem caso o brinquedo possa ser prejudicial”, afirma Agrela.

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