O que esperar do setor de segurança privada durante os próximos meses de 2019

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Por Alexandre Judkiewicz 

Por ser um país com dimensões continentais e que enfrenta dificuldades com a violência pública e nos setores produtivos e comerciais, o Brasil é um dos principais protagonistas no mercado de segurança privada. Para os próximos meses, há certo otimismo do setor impulsionado pela melhora dos indicadores financeiros do país e a volta da confiança dos setores produtivos.

A expectativa positiva em relação à economia contribui para a geração de empregos e, por consequência, para a contratação de mão de obra terceirizada especializada. O otimismo virá acompanhado por um aprendizado adquirido durante a longa fase de crise financeira do país, quando as companhias precisaram enxugar seus times e apertar suas despesas.

Essas lições ficaram não apenas para as empresas contratantes, mas produziram um efeito colateral positivo para as prestadoras de serviços, que precisaram “olhar para dentro de casa”, arrumar processos internos, otimizar despesas e buscar melhorar sua competitividade com preços sem perder qualidade.

Durante os próximos meses do ano, o crescimento para o setor de segurança privada, provavelmente, virá, porém timidamente. Mas os desafios estão trazendo um novo patamar de competição entre as empresas, alavancando o desempenho de algumas e, por outro lado, gerando efeito contrário para outras.

O setor de prestação de serviços em geral atravessa transformações desafiadoras, que se intensificaram nos últimos anos e aceleram mês a mês. Isso inclui o campo legal, abrangendo a reforma trabalhista, lei da terceirização e o avanço das obrigações com o eSocial. O aspecto tecnológico também sofre alterações. A principal está na inovação disruptiva e a profunda aproximação dos equipamentos consagrados pelo setor – câmeras, alarmes, controles – com softwares analíticos e inteligência artificial. Essas transformações submeteram o setor a repensar seus produtos, seus custos e, principalmente, sua forma de atuação.

Um dos pontos frágeis no mercado brasileiro de segurança patrimonial está relacionado com tecnologia. Por aqui a operação ainda é, em grande parte, sustentada pelo recurso humano. Há muito para evoluir no uso de ferramentas tecnológicas em comparado ao que se presencia em alguns países.

A indispensável necessidade de serviços de segurança patrimonial no Brasil oferece um campo fértil para o desenvolvimento dos profissionais de gestão da segurança nas organizações, que por consequência, produz no país especialistas referências mundiais.

A tendência para o segmento de segurança patrimonial brasileiro aponta para a maior sinergia entre tecnologia e a prestação de serviços convencional. O caminho pode parecer obvio e antigo, mas a velocidade de inovação alcançada e a disponibilidade de recursos de baixo custo desafiam as empresas acostumadas apenas com o oferecimento dos serviços clássicos.

É evidente a necessidade de maior aproximação entre o contratante e a contratada. Não há mais espaço para apenas a entrega de – homens uniformizados -, a estratégia deverá ser compartilhada e os processos críticos mapeados e geridos conjuntamente. Apesar da competição acirrada por preços, o desafio é oferecer serviços com qualidade e constante assessoria.

Alexandre Judkiewicz – diretor de operações do Grupo GR

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