Operadoras móveis avançam para implantações 5G

Por Ivan Marzariolli

A primeira fase de construção do 5G está bem adiantada em vários países e o Brasil já inicia seus primeiros passos, com a atuação de grandes provedores de serviços móveis e alguns novos players viabilizando  implementações da tecnologia. As operadoras de telefonia móvel dizem que o setor progrediu rapidamente em direção ao 5G nos últimos 12 meses nos principais mercados, e embora as implementações iniciais aproveitem as vantagens das redes centrais 4G existentes, o 5G totalmente virtualizado/nativo em nuvem ou autônomo já está em desenvolvimento.

A rede 5G  propicia maior consumo em transferência de arquivos, comunicação em tempo real, streaming, entre outros.  Para as operadoras os usos hiper-críticos relacionados à IoT (Internet das coisas), que serão executados pelo 5G, devem ser fundamentais para o projeto e a implementação da rede. E com a difusão desses novos usos, a segurança é fundamental.  Haverá que se pensar numa proteção distinta contra ataques de vírus no serviço de telemedicina, por exemplo, o que é bem diferente de ataques durante uma navegação.

Essas conclusões estão na pesquisa global ‘Rumo a um mundo 5G mais seguro”, realizada pela Business Performance Innovation (BPI) Network, em parceria com a A10 Networks, e envolveu mais de 100 líderes de negócios e tecnologia, predominando as operadoras de telefonia móvel e demonstra a rapidez com que a indústria ruma em direção ao 5G.

O 5G trará uma transformação grande  em vários setores, por isso ninguém quer ficar de fora. Um estudo da BPI Network realizado um ano antes, já mostrava essa direção. Nesses 12 meses de intervalo entre as pesquisas, percebeu-se um progresso significativo: há um ano 26% dos entrevistados disseram que ‘caminhavam rapidamente para a implementação comercial’. Em 2020, 45% acreditam já estar nesse ponto.  Pelo menos 75%  dos entrevistados atuais afirmam que as empresas onde atuam estão com testes piloto. E para 71% as implantações comerciais começarão em 18 meses, incluindo 32% que afirmam que já começaram ou iniciarão as construções de rede em 2020.

A maioria dos primeiros players  concentram esforços inicialmente na implementação do padrão 5G (NSA) não autônomo já aprovado. No entanto, alguns planejam mudar diretamente para o 5G (SA) autônomo, e muitos (35% dos entrevistados) já estão proativamente planejando o padrão SA. Na verdade, as principais operadoras, incluindo T-Mobile, AT&T e Verizon planejam construir redes com 5G autônomo no próximo ano.

Progresso rumo às infraestruturas nativas da nuvem

O 5G não autônomo compartilha a infraestrutura de rede central existente com o 4G, enquanto o autônomo (SA) exigirá um núcleo de rede totalmente novo que utiliza a arquitetura nativa da nuvem, baseada em serviços, com funções de rede virtualizadas e na nuvem, uma rede definida por software. O 5G autônomo e a cloudification (transferência de dados para nuvem que desafoga o data center)  do núcleo de rede trarão vantagens significativas em termos de menor latência, entrega mais rápida dos novos serviços e flexibilidade por meio de divisão de rede que será importante para muitos casos de uso e aplicações de próxima geração.

O movimento em direção à virtualização das redes está bem encaminhado.  A maioria dos entrevistados acredita que a virtualização das funções de rede é muito importante (59%) ou importante (36%) para os seus planos a respeito do 5G.

No topo da lista dos desafios, a segurança 5G

Além dos enormes investimentos iniciais, as redes 5G apresentam desafios significativos e riscos potenciais para as operadoras e a sociedade. Os entrevistados apontam entre os desafios 5G: o alto custo de construção da rede (59%), segurança de rede (57%) e a necessidade de desenvolver novas habilidades técnicas (55%). Outro desafio é a falta de dispositivos habilitados para 5G (42%).

A segurança 5G continua a ser  um requisito essencial para as redes de acordo com os entrevistados. Praticamente todos os entrevistados (98%) acreditam num crescimento no tráfego de rede, dispositivos conectados e casos de uso de IoT de missão crítica, o que aumenta as preocupações com segurança e confiabilidade para operadoras de celular 5G.

Novos casos de uso 5G

Obter retorno sobre os pesados ​​investimentos em redes de próxima geração é a preocupação chave para as operadoras. Tanto que para os entrevistados, o desafio nº 1 para o 5G é o alto custo para a construção da rede.

Durante a primeira fase do 5G, as operadoras acreditam que a banda larga móvel aprimorada, ou a conectividade de alta velocidade e as melhores conexões impulsionarão as receitas e oferta de serviços para 5G. No entanto, os casos de uso de Internet das Coisas (IoT), como automação industrial e cidades inteligentes também são percebidos como oportunidades nas primeiras implantações 5G. Os casos de uso de IoT e dispositivos estão crescendo em várias localidades. De acordo com o Gartner, a IoT corporativa e automotiva crescerá para 5,8 bilhões de endpoints em 2020, um aumento de 21% em relação a 2019.

Os entrevistados preveem que, em cinco  ou seis anos, as cidades inteligentes, os veículos conectados e a conexão de alta velocidade estarão virtualmente ligados como os principais usos que geram receitas ao 5G.  Essas serão apenas algumas das muitas possibilidades proporcionadas pelo 5G, embora ainda existam alguns desafios na sua implementação em diversos países.

Ivan Marzariolli é country manager da A10 Networks

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