Qualidade na segurança privada
Por Mirian Bazote
A região do ABC possui aproximadamente 40 empresas de segurança privada legalmente constituídas e com alvará de funcionamento expedido pela Polícia Federal. Porém, sabe-se que em uma região com 2,5 milhões de habitantes, de economia pujante e com negócios tão diversificados como o ABC, esse número está bem abaixo do patamar real das empresas de segurança que atuam nesta área. Todas as empresas de segurança privada sem autorização da Polícia Federal são clandestinas.
Segundo dados do Sindicato das Empresas de Segurança Privada, Segurança Eletrônica e Cursos de Formação do Estado de São Paulo (Sesvesp), entidade a qual represento na região, o número de vigilantes clandestinos no Estado de São Paulo deve passar dos 600 mil, número esse que é quase o triplo dos profissionais devidamente registrados.
Recentemente, em Santo André, foi notícia em diversos jornais a atuação heroica de um vigilante que impediu que criminosos concretizassem um assalto a uma agência bancária. O vigilante, devidamente treinado em academia também autorizada pela Polícia Federal, foi atingido por uma bala, mas passa bem e os assaltantes foram presos. Com seu treinamento, o profissional conseguiu impedir a investida dos criminosos.
Agora, imagine se o vigilante não fosse treinado? Ele poderia ter colocado em risco todas as pessoas que estavam no local. Como profissional treinado que era, o vigilante conseguiu defender o patrimônio e, ao mesmo tempo, impedir a ação, garantindo a segurança e coibindo novas ações do gênero.
O problema da clandestinidade se dá justamente quando há essa necessidade de intervenção para solucionar algum conflito. Seja em uma briga na balada ou no bar, ou contra ladrões, os vigilantes treinados são orientados a manter a segurança de todos os presentes da melhor forma possível.
Os profissionais clandestinos são uma realidade em todas as atividades da segurança privada. Condomínios, clubes, bares, boates, shoppings centers e transportadoras são alguns dos exemplos de empresas e estabelecimentos que contratam profissionais para fazer a segurança sem o devido treinamento e regulamentação.
Isso pode resultar em agressões, conflitos e até mortes, que poderiam ser evitadas com um profissional capacitado. Relatos de pessoas que foram espancadas por vigilantes no interior de bares e boates, ou de seguranças que se escondem no meio de cargas para surpreender assaltantes à bala, não são raros. A vigilância privada tem se especializado, capacitando os seus profissionais, com o uso de equipamentos de última geração e técnicas modernas para alcançar os melhores resultados na resolução de conflitos.
Por tudo isso, é necessário que empresários não contratem profissionais clandestinos. Assim, a segurança privada ao patrimônio e à sociedade pode ser realizada com técnicas mais avançadas de proteção, com o uso de equipamentos de ponta e serviços que ofereçam cada vez mais qualidade a toda a população.
Mirian Bazote é diretora da Port Segurança e delegada regional do Sesvesp no ABC.