Aumento de roubos estimula crescimento de estratégias de segurança nos condomínios

A segurança de condomínios é um assunto que tem causado muita preocupação entre moradores e síndicos por todo o país, afinal o número de casos de invasões teve um crescimento notável na última década. Dados do Sistema de Informações Criminais (Infocrim), entre 2014 e 2018, mostram que a média de invasões em casas e condomínios no estado de São Paulo, alcançou o volume de 12 mil ataques por mês. Já no primeiro semestre de 2022, o aumento foi de 11,09% nos casos de furtos e roubos. O índice é ainda maior nos bairros considerados de alto padrão e vitimam não apenas o patrimônio, mas também moradores, síndicos, administradores, funcionários, prestadores de serviços.

Se por um lado as estratégias usadas pelos assaltantes estão cada vez mais sofisticadas e, infelizmente, com uso de violência, na outra ponta há uma demanda por medidas de segurança pública suficientes, o que acarreta na busca por alternativas que consigam na medida do possível para assegurar os condomínios.

Para Cláudio Celino, professor pós-graduado em Engenharia de Telecomunicações e engenheiro eletricista, explica que um dos riscos mais comuns é o de furtos e roubos às residências, ou de sequestro dos moradores. Também há a possibilidade de quebra de privacidade, perturbação da ordem e vandalismo. Apesar de parecerem menores, são situações que impactam negativamente a vida do condômino.

Responsabilização

 

Os condomínios precisam estar cientes de suas responsabilidades com o zelo e integridade de todos os atores. É obrigação que se tem de reparar danos causados a terceiros em decorrência de sua atividade ou de suas instalações, em conformidade com o artigo 1.348, inciso VII, do Código Civil.

Dr. Issei Yuki Júnior, advogado especialista em direito condominial, explica que no caso de danos causados a terceiros, o condomínio pode ser responsabilizado caso seja comprovado que houve negligência, imprudência ou imperícia. “A responsabilidade civil do condomínio não se limita aos danos por suas instalações ou atividades, mas também pode se estender a seus funcionários, prestadores de serviços ou condôminos. Mesmo que isso tenha sido causado por um condômino, por exemplo, se ele estiver nas dependências ou áreas comuns, o condomínio pode ser responsabilizado por não ter adotado as medidas de segurança e prevenção necessárias”.

É importante se ter um seguro de responsabilidade civil para cobrir os danos e ter cobertura adequada, de acordo com o tamanho e características do condomínio, esclarece o advogado: “É fundamental que se adote medidas preventivas para evitar danos a terceiros e este seguro cubra eventuais prejuízos. É importante que o condomínio e seus condôminos ajam de forma rápida e responsável para minimizar os danos causados e repará-los adequadamente”, alerta.

 

Tecnologia como aliada

 

O uso da tecnologia é importante não apenas para registro de moradores e visitantes, mas também uma solução para o combate de roubos nos condomínios. Controle de acesso com reconhecimento facial, interfones inteligentes, portaria online em tempo real, aplicativos, sensores e os bons sistemas de monitoramento estão no rol de identificar situações que fogem do padrão por meio da detecção de intrusão e emitir alertas.

“A maior parte dos erros de segurança que acontecem é por uma falha humana. As soluções inteligentes fazem tarefas complexas e repetitivas, que seriam difíceis para um colaborador fazer”, explica o professor. Ele acrescenta que os sistemas podem trabalhar de maneira integrada a partir de uma única plataforma multisserviços de fibra óptica.

Ou seja, não há necessidade de buscar um fornecedor para cada um dos serviços, mas sim a capacitação para tais operações e melhores maneiras de adotar esses sistemas: “Naturalmente, isso significa uma redução tanto nos gastos de implantação dessa tecnologia quanto nos gastos de manutenção”, conclui o especialista.

Foto: divulgação

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