Brasileiros estão mais cautelosos em relação às transações pela internet, aponta pesquisa

Não é preciso ir muito longe quando o assunto é golpe pela internet. Praticamente todo mundo já se deparou com uma oferta tentadora e ao clicar em um link, ver todos os seus dados sequestrados. Reportagem recente do portal SBT News mostrou que só em 2022 os brasileiros amargaram o prejuízo de R$ 500 milhões e a média foi de 17 tentativas de fraude online por hora. A maioria com êxito, infelizmente.

Mas como diria o velho ditado: “gato escaldado tem medo de água fria” e essa realidade está criando uma consciência mais atenta ao realizar transações digitais. É o aponta outra pesquisa, feita pelo banco digital C6 Bank/Ipec, em fevereiro, ouvindo 2 mil pessoas das classes ABC, com acesso à internet e maiores de 16 anos.

 

Limites para transações online

 

O levantamento revelou que no campo financeiro, 38% configuraram limites para transações bancárias, como Pix à noite. Apagar senhas armazenadas em blocos de notas e a adoção de senhas mais fortes são outras ações que os entrevistados ouvidos fizeram. Para se proteger de fraudes, sete em cada 10 brasileiros mudou pelo menos um comportamento em relação às transações na internet e redes sociais, como cautela aos links recebidos por SMS, e-mail ou redes sociais: 83% passaram a abrir apenas links confiáveis.

Para José Santana, head de cibersegurança do C6 Bank, a pesquisa sugere que o letramento digital está avançando no país. “Esse sistema é a capacidade de uma pessoa usar tecnologias e seus recursos com consciência. Com esse olhar cuidadoso, não só compreende os riscos de exposição na internet, como também consegue identificar informações falsas, principalmente as que possam induzir a golpes”, explica.

Quando se trata de golpes financeiros, os brasileiros estão cada vez mais atentos às táticas dos golpistas. O estudo apontou que 90% dos ouvidos tem ciência que um banco não pode enviar um motoboy em casa para retirar cartão de crédito, e 93% sabem que não é permitido um representante do banco ligue pedindo a senha da conta ou do cartão.

Porém, como foi dito no início deste texto, ainda assim muitas pessoas caem em golpes. Um dos questionamentos feitos na pesquisa foi se é possível um representante de instituição financeira ligar e perguntar o código enviado por SMS ou e-mail, 17% acreditam que sim ou não souberam responder. Outros 58% não sabem reconhecer um boleto falso, golpe comum no país. A primeira dica, aponta o gestor do C6 Bank, é verificar no boleto bancário os três primeiros dígitos, que representam o número do banco, já os últimos tratam do valor a ser pago.

 

Dicas

 

Além da dica em relação ao boleto, outro passo para se blindar de golpes digitais é entender a importância de cuidar das senhas, já que elas são a primeira camada de proteção. “Compartilhar ou anotar qualquer senha ou repetir a mesma combinação para diferentes serviços são práticas comuns que devem ser abandonadas”, afirma Santana, do C6 Bank.

A Sumsub, empresa global de tecnologia, e a Pismo – plataforma de serviços financeiros all-in-one, publicaram recentemente um guia online completo e gratuito de monitoramento de transações, ideal para entender as avaliações de risco e detectar atividades suspeitas. Voltados às empresas dos segmentos de fintechs, bancos, seguros, jogos e comércio eletrônico, tem em seu escopo como detectar fraudes em transações, reforçar suas defesas, garantindo conformidade total e otimizar as taxas de conversão do usuário ao mesmo tempo.

“As empresas que não monitoram suas transações estão mais vulneráveis à lavagem de dinheiro, fraudes e outros crimes que podem ocorrer em suas plataformas. De acordo com a Comissão Federal de Comércio dos EUA, US$ 8,8 bilhões foram perdidos em fraudes em 2022. Já as Nações Unidas relatam que as perdas por lavagem de dinheiro chegam a US$ 1,6 trilhão anualmente”, alerta Tony Petrov, diretor jurídico da Sumsub.

O monitoramento de transações é um processo contínuo usado para detectar transferências e transações duvidosas feitas em moedas digitais ou fiduciárias, bem como para detectar outras atividades suspeitas de clientes. Como resultado, ajuda as empresas a se manterem protegidas de golpes e a evitar grandes perdas de dinheiro e reputação.

Mesmo sendo voltado às empresas, o guia também pode ser um norteador a todas as pessoas, pois as recomendações servem para o uso responsável dentro do ambiente eletrônico. Petrov diz que cada segmento da economia pode se beneficiar com o monitoramento de transações: bancos podem detectar automaticamente sinais de atividades suspeitas, como receita drasticamente maior do que consta na declaração de origem dos fundos. Já no comércio eletrônico, o ideal é ficar de olho em compras e padrões de gastos incomuns e em seguros, reivindicações ilegítimas e padrões de fraude podem ser detectados com medidas simples que começam por uma palavra: verificação.

Foto: reprodução

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