Com crescimento acelerado no Brasil, internet das coisas gera oportunidade para empresas e profissionais

O contexto de crise econômica global gerado pela pandemia do novo coronavírus exige que as empresas brasileiras aumentem sua produtividade e diminuam custos. Diante das novas necessidades, um mercado que já vinha despontando antes da turbulência ganha ainda mais relevância: a internet das coisas (ou IoT, na sigla em inglês).

Segundo relatório da consultoria de análise de dados GlobalData, o setor deve movimentar mais de US$ 30 bilhões na América Latina até 2023. No Brasil, o estudo Índice de Inteligência Empresarial 2019, realizado pela Zebra Technologies, mostrou que o investimento médio das companhias brasileiras em novas tecnologias, como internet das coisas e plataformas de dados, foi de US$ 6,1 milhões em 2019, 45% mais do que no ano anterior.

Reportagem da revista Você S/A listou exemplos de companhias que estão apostando no crescimento deste mercado no país. Uma delas, a americana TNS, que atua em conectividade para meios de pagamento, adquiriu no ano passado a brasileira Link Solutions, especialista em conectividade para ferramentas de internet das coisas, com o objetivo de desenvolver novas soluções em áreas como indústria e rastreamento de veículos e ativos.

Em julho deste ano, a TNS iniciou as operações com um escritório em São Paulo e outro em João Pessoa (PB). Dos cerca de 2 milhões de dispositivos conectados no mundo pela companhia, que atua em 19 nações, mais da metade está em terras brasileiras.

De acordo com Alexandro de Araújo, gerente da TNS na América Latina, as mudanças requeridas durante a pandemia serão mais facilmente atingidas tornando as linhas de produção mais inteligentes por meio da IoT. “Essa é a grande oportunidade para companhias que oferecem soluções de conectividade”, afirmou à revista.

Para que a tecnologia seja utilizada de forma estratégica, porém, é preciso analisar os milhares de dados gerados pelos objetos conectados. Isso faz com que, mesmo diante das possibilidades de automação geradas pela tecnologia, as previsões de que as máquinas iriam substituir os humanos não se concretizem.

Na verdade, sua adoção aumentará a demanda por trabalhadores, segundo uma projeção feita pela empresa de telecomunicações Teleco. De acordo com ela, a IoT deverá gerar entre 1,9 milhões e 2,6 milhões de novos postos de trabalho diretos ou indiretos no Brasil até 2025.

As áreas mais promissoras estão na indústria, no agronegócio e na saúde — com destaque para formados em engenharia ou ciência da computação –, segundo entrevista de Gabriel Martins, especialista em IoT e inteligência artificial, à Você S/A,.

Para conseguir se estabelecer nesse mercado, além de ter conhecimentos técnicos, os profissionais precisam saber trabalhar em equipes cada vez mais multidisciplinares e diversificadas, disse Marco Righetti, diretor de arquitetura da tecnologia da Oracle para a América Latina, na reportagem.

“Para desenvolver um projeto de IoT na área de agronegócio, por exemplo, trabalhamos com times compostos de engenheiros, biólogos e até profissionais de outras empresas parceiras”, afirmou. Por isso, para se sair bem nessa área é preciso ir além da competência técnica em tecnologia e desenvolver atributos bem humanos, como colaboração e empatia.

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