Especialistas apontam que educação é chave para uma cultura digital mais responsável

Do mesmo modo que temas como a educação financeira é fortemente incentivada atualmente, a cultura digital responsável é um ponto importante a ser abordado no ambiente escolar, já que seus impactos são acarretados durante a vida.

Na opinião de Leandro Mainardi, diretor de educação da Acadi-TI, o Brasil ainda “engatinha” na corrida pela segurança digital e que as possíveis soluções estão baseadas em três pontos: educação nas escolas; conscientização pública sobre defesa digital; e formação de profissionais para tal dentro e fora das empresas. “Sem dúvida, hoje há uma forte cultura de inovação no setor de serviços, comércio, indústria, de segurança da informação, entre milhares de outras áreas e nichos. No entanto, esse tipo de inovação, que inclui o seu lado mais perverso, a do crime organizado no campo digital, está muito à frente de qualquer iniciativa de cultura e educação responsável em cibersegurança”, argumenta em artigo para IPNews.

 

Lei de Educação Digital

 

Outro ponto discutido na área da educação é Política Nacional de Educação Digital, prevista na lei 14.533/2023. A nova legislação visa incrementar resultados de políticas públicas relacionadas ao acesso da população a práticas digitais e a capacitação de professores.

As escolas públicas e privadas precisam implementar essas mudanças até janeiro de 2024. Ana Paula Siqueira, advogada especialista em Direito Digital, explica que essas adequações são complexas.“Todo o processo de educação e inclusão digital envolve a infraestrutura tecnológica e a capacitação de todos os profissionais da escola. A lei deu prazo de um ano para que as instituições se organizassem e quem ainda não iniciou o processo precisa começar agora”, frisou, em matéria do site O Regional.

A complexidade do tema envolve todos os atores dentro de uma instituição de ensino: de pais a docentes, de colaboradores aos próprios estudantes, recomendam os especialistas. Prevenção ao bullying, cyberbullying e questões como segurança de informações sensíveis devem ser assuntos conversados e trabalhados. “Sem a implantação do que foi exigido na lei, o estabelecimento fica juridicamente vulnerável porque é responsável pela guarda e vigilância dos estudantes, inclusive as atividades digitais, mesmo que não ocorram fisicamente na escola. Essa política precisa estar no plano escolar, com palestras e material didático, além de capacitação de professores e funcionários”, alerta Ana Paula Siqueira.

Uma boa gestão seja dentro das escolas, seja na conscientização dos adultos são chaves para que a cibersegurança seja uma pauta desde a infância. “Se quisermos pensar numa formação consciente de longo prazo, é essencial conversarmos com a base da sociedade nas escolas. Isso significa colocar crianças, adolescentes, jovens e adultos para conhecerem as ferramentas e soluções digitais utilizadas no cotidiano e, a partir disso, identificar os principais riscos que estão sujeitos e preveni-los”, finaliza Mainardi.

Foto: reprodução

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