Open Banking estreia no Brasil com promessa de vantagens para clientes de instituições financeiras

O Open Banking, plataforma tecnológica que possibilita trocar dados e informações de clientes de bancos entre todas as empresas do setor financeiro, começou a funcionar em fevereiro. O novo sistema promete redução de custos para clientes, além de menos juros, ao proporcionar concorrência acirrada entre fintechs e bancos grandes e médios.

Com a novidade, um cliente que fechou um empréstimo ou financiamento com um banco poderá, por exemplo, permitir que seus dados sejam compartilhados entre todas as instituições financeiras. Uma fintech (empresa de serviço financeiro que se destaca pelo uso da tecnologia e inovação), ao analisar essas operações, pode oferecer uma taxa mais vantajosa para o consumidor. Todas as regras são padronizadas pelo Banco Central e nenhum cliente é obrigado a liberar o compartilhamento de seus dados.

“Como haverá uma competitividade entre os preços, são grandes as possibilidades de que os preços de produtos caiam”, afirma Gabriel Falk, gerente de produtos da fintech Juno, especializada em desburocratização de serviços financeiros. “Costumávamos brincar que os bancos eram cruzeiros e as fintechs eram barquinhos. O barquinho das fintechs está virando um grande navio.”

O consumidor também poderá ter maior controle de sua conta bancária, uma vez que, por meio de um aplicativo, terá acesso a informações que ajudarão na sua vida financeira (como ofertas de serviços mais vantajosas e personalizadas, além de sugestões de investimentos). Ele poderá reunir em um só lugar todas os seus serviços bancários, como investimentos e contas.

Na primeira das quatro fases de implantação do Open Banking, instituições financeiras poderão trocar dados gerais (como empréstimos e financiamentos), com informações de acesso ao público, sem a inserção de dados específicos dos clientes. Na última etapa, que deve ser implementada no dia 15 de dezembro, os dados de clientes da maioria dos produtos bancários (de investimentos a contas-salário) já poderão ser compartilhados mediante autorização.

Efeito Pix

O Banco Central espera que o Open Banking seja um fenômeno, assim como o Pix, sistema de pagamentos instantâneos que registrou mais de 159 milhões de chaves de acesso cadastradas em quatro meses e mais de 200 milhões de transações feitas só em janeiro.

“O Open Banking é um movimento do mercado financeiro. Mais de mil instituições financeiras vão precisar aderir à plataforma. De certa forma, essa tendência começou pelo Pix, como um tipo de test-drive para implementar um processo como o do Open Banking, visto que se trata de uma padronização da tecnologia para oferecer serviços financeiros”, diz Falk.

Veja mais informações sobre o Open Banking no site oficial da plataforma: https://bit.ly/3axEYUT.

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