Setor de rastreamento de entregas urbanas passa por mudanças

Novas tecnologias e um sistema de logística mais voltado para entregas urbanas, indo muito além do monitoramento de frota. Essa foi a conclusão do painel Tendências e Inovação no Setor de Rastreamento durante o Conexão Abese, realizado nos dias 14 e 15 deste mês.  O encontro online contou com a participação da coordenadora do Comitê de Rastreamento da Abese – Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança, Renata Vieira; do  general manager para a América Latina da Mobilogix, Júlio Tesser; e do sócio prorietário da KNOV – Soluções Inteligentes, Juliano Kaus Varela.

Com um crescimento de 73,88% em 2020, o varejo digital surgiu como uma grande oportunidade para as empresas de rastreamento, segundo Varela. “A gestão das entregas se tornou fundamental, pois surgiram novas formas de negócio, como o On Day Delivery, no qual o consumidor faz um pedido pela Internet pela manhã e recebe o produto a tarde, por exemplo. Então, surgiu um grande mercado a ser explorado, o que exige adequação por parte das empresas de monitoramento”.

O empresário destacou também a tendência, nas grandes cidades, de utilização dos Veículos Urbanos de Carga (VUCs), com a proibição da utilização de grandes caminhões de carga transitando pela área urbana. “Essa prática surgiu em São Paulo em 2008, quando a prefeitura proibiu o transporte por caminhões de grande porte para melhorar o tráfego de veículos. Com isso, as empresas tiveram que se adaptar, entregando as cargas em distribuidoras que usam pequenos caminhões e vans para enviar os produtos às lojas”.

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Segundo Varela os VUCs foram adotados em todo o Estado de São Paulo. “Em 2020 houve três vezes mais emplacamentos de VUCs do que de caminhões grandes”, destacou.

Já Tesser lembrou que, diante dessa nova realidade, a conexão entre o e-commerce e a loja física ficou mais complexa, pois outra tendência foi a ampliação das vendas via Internet com o cliente retirando o produto pessoalmente. “Desta forma, foi necessário mudar a logística para ter essa integração entre os sistemas, que demanda agilidade no envio da mercadoria para que o lojista a tenha em mãos quando o comprador for buscá-la”, explicou.

Para racionalizar o sistema já existem empresas que, utilizando de software de análise, verificam quais são os produtos que os clientes mais buscam em seus sites e fazem um envio antecipado para suas centrais de distribuição. “Assim, quando o consumidor efetiva a compra a entrega será mais rápida”, lembra o executivo.

Bicicletas e Scooters

Outro desafio para o setor de rastreamento na área urbana, segundo Tesser, é a ampliação dos tipos de veículos utilizados nas entregas urbanas. Uma tendência que já vinha ocorrendo, mas de forma lenta, com o uso de bicicletas e scooters, e que ganhou força durante a pandemia. “A estratégia é diminuir o tempo de entrega e reduzir os custos. Isso fez com que fosse necessário ter uma forma de rastrear essas entregas, possibilitando manter o cliente informado e saber quando há algum atraso ou dificuldade no trânsito. Para isso já existe a instalação de equipamentos de rastreabilidade, que no caso das bicicletas, funciona com um dínamo instalado no veículo e que gera a energia necessária”.

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