Um estudo publicado pelo site Ponte, com base na Lei de Acesso a Informação (LAI), revelou que polícias militares de 14 estados do país e do Distrito Federal já utilizam câmeras operacionais corporais ou estão em andamento para a aquisição.
No entanto, esse volume de aparelhos contempla apenas uma parte dos policiais de cada corporação. “Entre as outras 12 unidades da federação que ainda não adotam, uma maior parte diz realizar estudos de implementação, sendo o principal obstáculo citado é falta de dinheiro para adquirir a tecnologia”, frisa a reportagem.
Outro levantamento mostra ainda o mau uso do equipamento: segundo o g1, no Rio de Janeiro, a corregedoria da PM já investigou mais de 5,4 mil casos entre janeiro de 2024 e dia 19 de setembro de 2025. A média é de nove casos por dia e as suspeitas envolvem, principalmente, a forma de utilização, ou seja, as câmeras acopladas corretamente nas fardas, o que gera a abertura de um procedimento disciplinar na corregedoria.
Aprovação para tecnologias
Especialistas são unânimes ao ressaltar a importância do uso correto desse equipamento. Para Vinícius Segatto, advogado, sócio-proprietário do escritório Segatto Advocacia, ao Folha Max, as tecnologias em prol da melhoria da aplicação das leis penais, como a identificação biométrica, corporal ou vinculada aos sistemas de sistemas de monitoramento, devem ser encaradas como uma aliada.
Já na visão de Antonio Gonçalves, advogado criminalista, em artigo ao JOTA, o dispositivo visa a transparência nas ações, além da verificação do estado emocional, psicológico e físico dos agentes.
Avanços para uso de câmeras
O Paraná figura como um dos pioneiros na implantação de câmeras corporais dotadas de Inteligência artificial (IA), tradução simultânea em diversos idiomas, localização GPS e possibilidade de transmissão ao vivo.
A Polícia Militar do estado (PMPR), desde maio, está testando os equipamentos, ao todo 50 unidades, utilizadas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) nas cidades de Curitiba e Foz do Iguaçu.
Atualmente, o estado testa 300 câmeras de outro modelo e prevê até o fim de 2025 a decisão em qual modelo adotar efetivamente. “Na sequência, teremos um relatório para verificar a possibilidade da aquisição de mais equipamentos, seja os que já estamos testando, ou então o novo modelo”, ressaltou, o secretário de Estado da Segurança Pública, Hudson Teixeira.
