Arquivos de dados desnecessários dão brecha para ataques, alertam pesquisadores

A constante necessidade “em estar presente” digitalmente gera um fenômeno preocupante: os arquivos ociosos, que abrem brechas para ataques cibernéticos, impactos ambientais negativos e custos financeiros de armazenamento. E isso não é à toa: o número de usuários ativos no mundo, ou seja, que acessam a internet regularmente, se aproximou a cinco bilhões, ou 63% da população, em janeiro de 2022, segundo o estudo Digital 2022: Global Overview Report. Imagine, portanto, a quantidade de informações não acessadas em nuvem ou perdidas em contas de redes sociais?

 

Gustavo Leite, vice-presidente para América Latina da Veritas Technologies, explica que 50% dos consumidores da chamada Geração Z falharam em reconhecer que informações digitais armazenadas desnecessariamente têm um impacto ambiental negativo, por exemplo: “As pesquisas realizadas com esse público mostram que muitos deles mantêm contas online não utilizadas e dados associados sem pensar nos riscos de proteção de dados”, alerta.

 

Hora do “Delete”

 

Outro problema é o armazenamento em nuvem de arquivos desnecessários, que além de sobrecarregar o sistema, causam prejuízos financeiros, já que é preciso ferramentas mais robustas de proteção para mantê-los: “É importante lembrar que grandes quantidades de dados tornam mais complexas as questões relacionadas à segurança, conformidade e governança. Em geral, esses dados são frequentemente negligenciados e armazenados em locais não seguros, o que aumenta a vulnerabilidade, podendo comprometer a integridade e confidencialidade das informações”, frisa Daniel Fulgido, especialista em nuvem e líder técnico de DevOps na Certsys, fornecedora de soluções em TI.

Fulgido levanta a pergunta, que deve ser feita por empresas e pessoas: “preciso mesmo desse dado? ” A partir desse questionamento, alanca-se ações como catalogar dados, mudar a infraestrutura nos Data Centers nas corporações, além de avaliações periódicas para verificação de resultados: “Um exemplo é a educação e conscientização dos usuários. Éfundamental que todos os colaboradores estejam cientes da importância de gerenciar adequadamente os dados na nuvem, portanto, educar as equipes sobre as políticas e incentivar a revisão e exclusão regular do que não é utilizado é essencial”, arremata.

Gustavo Leite, da Veritas, acrescenta que essa cultura de conscientização dentro das empresas pode ser a chave para ser replicada aos consumidores.“Se uma organização não priorizou técnicas para reduzir dados desnecessários na nuvem nem retransmitiu a importância desse assunto aos clientes, é hora de começar. Com os inúmeros benefícios de simplificar esse armazenamento, incluindo custos reduzidos, melhores resultados ambientais e maior preparação para ataques de ransomware, toda a empresa ganhará com a revisão de práticas inadequadas de gerenciamento de dados”,finaliza.

 

Foto: Freepik

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