Definida como serviço essencial, segurança eletrônica busca soluções na pandemia
As restrições provocadas pela pandemia foram ampliadas pelo governo do Estado de São Paulo. Apenas serviços essenciais como saúde, alimentação e segurança foram mantidos, enquanto o restante foi obrigado novamente a fechar na tentativa de impedir o avanço do coronavírus.
Definida como essencial por integrar o segmento de segurança privada, a segurança eletrônica também tem desenvolvido esforços para oferecer soluções que atendam esse momento de verdadeiro caos pelo qual passa o país.
De acordo com a presidente da Abese – Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança, Selma Migliori, a entidade tem contribuído com o mercado de segurança eletrônica de modo a garantir seu desenvolvimento sustentável, “pensando na preservação da vida mediante a aplicação de recursos tecnológicos capazes de contribuir também com a redução das taxas de contaminação”.
“Foram diversos estudos, lives, potencializamos a academia Abese, não só com curso em EAD, mas com cursos online, interações com o poder público, vídeos informativos, atendimentos dentro de um comitê de gestão de crise, criado principalmente para atender nossos associados”, afirmou durante a live “Especial Mês das Mulheres”, que debateu as “Restrições, Vacinação e os Impactos no Mercado de Segurança Eletrônica”. Ela lembrou ainda que o movimento tecnológico permitiu que a associação criasse mais proximidade com todo o Brasil por meio de reuniões virtuais.
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Já Alessandra Faria, diretora da Axis Communications para o Brasil, lembrou que ninguém imaginava a proporção que a pandemia iria tomar. “Mas estávamos preparados. Na medida em que a pandemia foi avançando e o cenário piorou, tivemos que fazer adaptações. Tenho área de importação, administrativo-financeira, pessoas que precisam estar no escritório para emissão de notas fiscais, a área comercial que estava constantemente com clientes e fazíamos eventos com 200, 250 pessoas. Tivemos que pensar fora da caixa. Foi um ano difícil, mas as pessoas sempre foram a nossa prioridade. Manter todos em boas condições inclusive clientes e fornecedores.”
Reaberta em outubro do ano passado, a Axis teve que fechar novamente devido à nova fase de contaminação. “Estamos vendo que é um novo momento, as pessoas estão cansadas e por isso estamos oferecendo apoio psicológico. Mas, nessa segunda fase estou vendo mais colaboradores e familiares se contaminando e isso é preocupante. Em 2020 tivemos um ou dois casos. Agora, em apenas duas semanas tivemos vários casos de funcionários e seus familiares, ou pessoas próximas contaminadas”.
Para Alessandra, o momento requer calma e foco. “No entanto, preciso manter o time motivado, trabalhando, atendendo os clientes e movimentando a economia. É necessário manter esses empregos ativos, ao mesmo tempo em que continuamos a priorizar a saúde das pessoas. Tenho esperança de que, com a vacina, as coisas irão, pouco a pouco, se normalizando”.
A diretora da Axis acrescentou que, apesar de todas as dificuldades houve crescimento dos negócios no ano passado. “Temos algumas soluções que determinam níveis de ocupação em ambientes e circulação. Assim, podemos contribuir no sentido da ocupação, controle fluxo de pessoas, de monitoramento de imagens, de mensagens de áudios para controlar as aglomerações, como o uso de totens na rua para avisar a população sobre as medidas de segurança e novas determinações e orientações”.
“Quando paramos, no dia 18 de março do ano passado, corríamos na frente, mas agora corremos atrás e muito atrás. A situação está caótica aqui no Rio Grande do Sul”, disse Mônica Isabel Heidrich, diretora da Heidrich Sistemas Eletrônicos. Com sede em Taquara, no interior do estado gaúcho, a empresa de monitoramento eletrônico aposta no seu quadro funcional. “Fizemos ajuste de quase 20% nos salários da base para ter a equipe motivada e comprometida. No meio da pandemia, em 2020, readotamos o plano de saúde para todos os salários. E, apesar deste momento bastante assustador, reorganizamos a empresa, investimos. O saldo, no final foi positivo. Fizemos algo que levaria anos em período normal. Mas lamentamos o lado negativo que são as vidas perdidas”.
Setor jurídico na linha de frente
Para a assessoria jurídica da Abese tem sido um desafio acompanhar todas essas mudanças e ter uma resposta rápida para o mercado. De acordo com Suelen Sanchez, sócia da S&A Advogados e advogada da associação, este é um momento de muito medo, pressão. “Temos a necessidade de estar na linha de frente, analisando todos os decretos para poder orientar as empresas em suas tomadas de decisão, pois o cenário está cada vez mais desafiador”, afirmou.
Suelen lembrou que a vacinação ainda está num ritmo incipiente, mas espera que, com o avanço das aquisições e a produção local de mais doses, o processo se acelere a ai surgirá outra questão, a obrigatoriedade da vacina. “A situação está indefinida ainda, mas já existem alguns instrumentos que podem obrigar as pessoas a se vacinarem, a exemplo da exigência da carteira de vacinação em algumas atividades, como a escolar. Essa ferramenta é adotada como incentivo para a imunização. Mas também podem surgir outras iniciativas”.
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