Revolução do 5G tem de superar entraves para se tornar realidade no Brasil

Uma nova era tecnológica promete grandes mudanças no nosso dia a dia: o tão esperado 5G. Além de transformar a velocidade de conexão dos usuários, a inovação vai permitir a plena implementação da chamada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), alterando a infraestrutura das cidades e dos serviços públicos, e a política industrial do país.

O futuro com o 5G terá carros completamente autônomos nas ruas – reduzindo o número de acidentes nas vias – e portos e aeroportos que distribuirão sozinhos as suas cargas. Também será possível, por exemplo, ter fazendas com colheitas automatizadas ou drones que detectam incêndios florestais e crimes ambientais em tempo real.

Para chegar lá, no entanto, o Brasil ainda precisa superar alguns entraves.  Reportagem do Fantástico, na TV Globo, mostrou as principais dificuldades que a implementação da tecnologia enfrenta atualmente no país.

A transmissão via 5G ocorre de maneira bastante parecida com o que acontece hoje no 4G: ambos precisam de uma antena, de onde saem as ondas eletromagnéticas, como as de rádio, que carregam os dados pelo ar. Mas a nova tecnologia usa frequências de onda muito altas, capazes de carregar mais informações.

“Quando menor a onda, maior a frequência. Quanto menor a onda, mais informação você propaga. No caso do 5G, a gente aumenta a velocidade de propagação do sinal usando ondas menores. O problema dessas frequências é que elas são menos penetrantes”, diz Marcelo Zuffo, professor de sistemas eletrônicos da Escola Politécnica da USP, à TV Globo.

Isso quer dizer que as ondas menores não viajam tão longe. No 4G, uma mesma torre pode atender bairros inteiros. Já as ondas de 5G têm dificuldade em atravessar uma parede, por exemplo. Por isso, a rede precisa da instalação de muitas caixas de transmissão para funcionar.

Para se ter uma ideia do quanto ainda é necessário fazer, o Brasil tem hoje 100 mil antenas, em comparação com as cerca de 600 mil existentes só para distribuir o 5G na China.

A reportagem do Fantástico mostra ainda que, além de mais dispositivos de transmissão, é preciso ter frequências disponíveis. Enquanto no 4G elas já são escassas, a rede 5G vai possibilitar que novas frequências sejam abertas, permitindo a conexão de muito mais dispositivos à internet.

Para isso, porém, é preciso que o governo brasileiro faça o leilão dessas frequências – o leilão do 5G –, que vem sendo adiado. A atual previsão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) é que ele ocorra no primeiro semestre de 2021.

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