Uso de máquinas inteligentes traz novas preocupações sobre segurança e controle de rede
O comportamento e o preparo dos tomadores de decisão de TI em relação às máquinas inteligentes e aos sistemas de negócios (máquinas com capacidades de aprendizado e tomada de decisões) foram analisados por um estudo divulgado recentemente. Ao explorar o ritmo acelerado de adoção desses sistemas, o levantamento, patrocinado pela Ipswitch e conduzido pela empresa de análises Freeform Dynamics, analisou os impactos positivos já observados no universo comercial, bem como os potenciais obstáculos para a sua maior adoção ao longo da próxima década, inclusive os impactos relacionados à segurança.
De acordo com a pesquisa, os investimentos em sistemas inteligentes de negócio e de automação já são consideráveis – e devem crescer – em todo o mundo. As principais áreas de adoção de aplicações citadas pelos entrevistados incluem sistemas digitais de engajamento de consumidores (55%), automação de processos e sistemas de workflow (52%) e automação de soluções de gerenciamento e monitoramento de riscos (50%). Além disso, a pesquisa revela que:
- 45% dos entrevistados utilizam plataformas e serviços inteligentes de IoT (sigla para Internet of Things ou, na tradução para o português, Internet das Coisas), enquanto 34% dizem que essas tecnologias já estão nos planos;
- 42% utilizam bots e apps autônomos, e 32% dizem que planejam fazê-lo;
- 45% utilizam mecanismos de computação cognitiva e sistemas capazes de analisar e decidir, enquanto 30% planejam adotá-los no futuro próximo;
- 40% utilizam tecnologia de processamento de eventos complexos (CEP, da sigla em inglês para Complex Event Processing) e 34% planejam fazê-lo em breve.
Apesar do ritmo de adoção, a pesquisa aponta que os tomadores de decisões de TI têm dificuldades em entender todos os riscos, desafios e ameaças implicados nos sistemas inteligentes de negócio. Questões de segurança (33%), custos (30%) e falta de conhecimento (24%) foram identificadas como motivos de preocupação e obstáculos para a adoção e uso das novas tecnologias.
Para dar um exemplo, 20% dos entrevistados disseram que o maior “ruído” na rede tem dificultado a identificação de atividade maliciosa, com acesso automatizado/bot às APIs (interfaces de aplicativos) levando a problemas nos sistemas e aplicações e criando exposições inesperadas da segurança. Além disso, mais de 68% dos profissionais ouvidos pela Freeform Dynamics admitiram que suas atuais capacidades de gerenciamento de acesso e segurança de rede já são inadequadas ou precisam de ajustes para lidar com nova máquinas inteligentes, enquanto 72% deles revelaram que os recursos de análises e monitoramento de tráfego também precisam ser reforçados. Outros 72% dos entrevistados disseram que o mesmo vale para os seus sistemas e protocolos de gerenciamento de acesso e nível de segurança de documentos e arquivos.
Impactos no ambiente corporativo
Analisando o futuro, a pesquisa revelou que os profissionais de TI também estão preocupados em como avaliar o potencial impacto as atividades dos sistemas inteligentes – incluindo bots, agentes e “coisas” conectadas – sobre as redes e infraestruturas corporativas.
“As organizações estão aproveitando o poder transformador dos sistemas inteligentes para ganhar vantagem competitiva. Mas os tomadores de decisões de TI reconhecem que, embora tragam valor para o negócio, essas tecnologias também expõem a organização a novos fatores de riscos internos e externos”, disse Tony Lock, analista da Freeform Dynamics. “À medida que aumenta o ritmo de adoção, não haverá como fugir do impacto dos sistemas inteligentes nas companhias – quer as organizações invistam diretamente ou não nessas tecnologias.”
A pesquisa também destaca que o impacto dos sistemas inteligentes já vem sendo sentido no ambiente corporativo, com profissionais de TI se preparando para os desafios futuros:
- 25% esperam que robôs totalmente capazes de aprender sozinhos, de maneira autônoma, estejam funcionando de forma independente em uma empresa em menos de três anos, enquanto 35% acreditam que isso aconteça no espaço de dez anos;
- Tomadas de decisões equivocadas relacionadas diretamente a questões comerciais e a confiança exagerada em máquinas, levando à complacência, foram citadas como preocupações atuais ou futuras que precisam ser resolvidas;
- 20% dos entrevistados acreditam que a falta de análise humana ou de conhecimentos, ao ponto de nenhum profissional da equipe de TI entender a lógica ou os processos por trás dos novos sistemas, seja um problema atual;
- 76% acreditam que essas soluções facilitarão o trabalho operacional em TI, enquanto apenas 32% temem que os sistemas inteligentes possam, eventualmente, tomar seus empregos.
De acordo com Alessandro Porro, vice-presidente sênior de vendas da Ipswitch para Ásia e Pacífico e América Latina, os profissionais de TI devem ter cuidado ao abordar as máquinas inteligentes. “À medida em que ampliarem a confiança nos sistemas inteligentes, os gerentes de TI vão querer adotar aplicações cada vez mais complexas. Porém, eles precisam se certificar de que contam com as ferramentas certas para habilitar tais sistemas e para ajudar a equipe de TI a gerenciar, de maneira eficiente, o impacto da automação inteligente dentro e fora de seus ambientes”, avalia.
Intitulado “Intelligent Systems in Action: the rise of the machines has already begun” – em português, Sistemas Inteligentes em Ação: a ascensão das máquinas já começou -, o estudo e o respectivo infográfico (em inglês) podem ser baixados aqui.