Robôs abreviam em até 95% o tempo de humanos no backoffice das empresas, diz especialista
Foi-se o tempo em que automação significava apenas a implantação de maravilhas da mecatrônica em processos industriais. O conceito já não se limita ao chão de fábrica, inspirando a oferta crescente de soluções para o trabalho nos escritórios.
Uma pesquisa da McKinsey concluiu ser possível utilizar tecnologias já disponíveis para automatizar ao menos 30% das atividades em cerca de 60% de todas as operações administrativas das empresas. Exemplo: quase 20% das tarefas de registros para relatórios contábeis (R2R), realizadas em um departamento financeiro, são totalmente automatizáveis e outras 50% são, grande parte, passíveis de automatização. Índices expressivos também foram verificados em funções típicas de setores como os de RH e logística.
“A lógica da automação dos escritórios é a mesma do ambiente industrial: delegar às soluções tecnológicas a realização de atividades repetitivas e de baixo valor agregado, acelerando processos e eliminando erros”, observa Augusto Angelis, Chief Marketing Officer da Connectcom. Segundo o executivo, robôs dedicados são capazes de abreviar em até 95% o tempo de resolução de algumas tarefas tradicionalmente realizadas “à unha” no backoffice. Segurança é outro aspecto importante: ter menos pessoas manipulando informações críticas reduz os riscos de furtos e vazamentos de dados.
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Angelis pontua que, também de forma similar ao que acontece nas fábricas, um desafio para a implantação dos novos sistemas nos escritórios é a possível sensação, de alguns profissionais, de que as novidades roubarão seus empregos. “Na verdade, a automação é positiva. Ela cada vez mais retira das pessoas os trabalhos braçais e enfadonhos, permitindo que as empresas deleguem aos funcionários papéis criativos ou estratégicos”, pondera.
Dicas
Mas como as empresas podem assegurar a melhor integração de um recurso de automação às suas estruturas tecnológicas já existentes? Uma dica é optar por soluções agnósticas, isto é, compatíveis com qualquer plataforma. Outra recomendação é executar um projeto por vez. “Não dá para mudar completamente um negócio da noite para o dia, fazendo com o que o aperto de um botão resolva todos os problemas. Convém começar com um processo, a transformação de uma operação simples. A partir disso, a empresa ganha espaço para novas iniciativas, com novos robôs”, sugere Angelis.
Ainda segundo o especialista, existe tecnologia para automatizar tarefas em grau muito maior, mas isso ainda não acontece devido ao custo. “À medida em que os valores caírem e as soluções evoluírem com a inteligência artificial e o machine learning, os escritórios se tornarão ambientes cada vez menos burocráticos e muito mais aprazíveis.”
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